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1142 I SÉRIE - NÚMERO 31

O Orador: - Terminei, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Está ainda inscrito, para pedir
esclarecimentos, o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. Secretário de Estado pretende usar já da palavra
para dar explicações à defesa da consideração ou fá-lo no
final do próximo pedido de esclarecimento?
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: - Pretendo
usar já da palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem, então, a palavra, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado da Cultura: - Sr. Deputado Fernando Pereira Marques, quando usei a expressão
"conversa de chacha" - como, aliás, poderá ser verificado
no Diário -, não estava a referir-me ao que aqui foi dito
mas a escritos e comentários que foram feitos fora desta
Assembleia.
Se, todavia, os Srs. Deputados querem fazer teatro, devo
dizer ao Sr. Deputado Fernando Pereira Marques que, neste
aspecto, já esgotei os apoios para o ano de 1993.

Aplausos do PSD.

O Sr. Fernando Pereira Marques (PS): - O Sr. Secretário de Estado toca bem, mas não canta bem!

O Orador: - Não entrarei por esse campo.
Não tenho por hábito ofender quem quer que seja.
Quando falei em conversa de chacha, fi-lo, como disse,
referindo-me a outras circunstâncias e a outras personagens. Já por muitas vezes disse, cara a cara e a quem
era necessário, aquilo que tinha a dizer.
Ao Sr. Deputado Fernando Pereira Marques quem dizer
que temos o maior respeito pelo futuro pessoal de cada
um dos que estão envolvidos nessas estruturas artísticas.
A prova de que temos esse respeito - e a Sr.ª Deputada
Edite Estrela fez apelo à estreia parlamentar do Sr. Subsecretário de Estado, que espero vir a acontecer dentro de
muito pouco tempo - é exactamente a de que, como os
Srs. Deputados saberão muito bem, não atribui a
responsabilidade a nenhum desses tais gestores que foram
nomeados.
Se os Srs. Deputados estudarem a evolução do Teatro
desde 1980, verificarão que a situação se vem agravando
de ano para ano, com todos os governos e todos os
conselhos de gestão, mas também poderão ver que, nesta
época de reestruturação, este mesmo Subsecretário de
Estado da Cultura, quando foi nomeado presidente do
Teatro Nacional de São Carlos e administrador responsável
pelo pelouro do pessoal, teve o maior elogio de uma
comissão de trabalhadores que talvez algum gestor público
tenha tido depois do 25 de Abril, não só pelo aspecto
profissional como também pelas relações laborais que na
altura existiam na empresa. Se, por isso, esse facto
aconteceu, não foi por nos ser indiferente a situação de
cada uma das pessoas. O que poderia acontecer às pessoas
é que, a suceder esta situação, perdessem o seu futuro e
o horizonte de esperança e essas estruturas artísticas
fossem definitivamente postas em causa.
Ao citarem o caso francês, devo dizer aos Srs. Deputados que não tenho querido enveredar por esse caminho O Orador: - O Sr. Secretário de Estado faz muito bem
- nem sequer quando me falam do Centro Cultural de em falar das obras do Teatro Nacional de São Carlos

Belém ou de teatros líricos -, para já não falar da actuação de governos socialistas.
Querem os Srs. Deputados ir à capital do país vizinho e ver o que é feito dos teatros de ópera lá? Lá é que acabaram, e com governos socialistas no poder!
Sabe o Sr. Deputado para quando estava prevista a conclusão das obras do Teatro? Para a altura de Madrid Capital Europeia da Cultura 92!
Sabe o Sr. Deputado o que foi decidido? Que não estava a tempo! Por isso, tiveram de parar as obras agora, por não terem dinheiro.
Sabe o Sr. Deputado porquê? Porque o orçamento quadruplicou em relação aos 6 milhões de contos que estavam previstos no inicio!
Querem os Srs. Deputados ir às obras do grande Presidente Mitterrand e do grande Ministro Jack Lang, em França, e sabes quanto custaram, que tempo demoraram, para que estão a servir?

Protestos do PS.

Querem os Srs. Deputados ir à solução da ópera da Bastilha e do Palais Garnier?
Querem os Srs. Deputados ir às demissões dos directores das óperas?
Querem os Srs. Deputados ir à troca de directores de uma ópera para a outra, porque nenhum deles é capaz de as pôr a funcionar?

As nossas vão ficar a funcionar. O Teatro Nacional de São Carlos já aí está. Em relação ao Centro Cultural de Belém, posso dizer-vos que só faltam uns mesinhos, muito poucos, nalguns casos um mês e meio, para os Srs. Deputados o poderem ver em funcionamento.

Mais uma vez e com base em factos, quero dizer ao Sr. Presidente, como entidade máxima deste Parlamento, que não ofendi nem nenhum Sr. Deputado nem ninguém nesta Câmara. Se o fizesse, apresentaria desculpas. Não 0 fiz, procurei apenas esgrimir aqui com a força da convicção que é a minha.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Secretário de Estado da Cultura, percebi, pela sua explicação, que a "conversa de chacha" não era connosco.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quando, todavia, o Sr. Secretário de Estado diz que perdeu muitas horas nesta Assembleia, pelos comedores, e pede um mínimo de seriedade, creio que nós podemos pedir o mesmo, na medida em que a intervenção que o Sr. Secretário de Estado aqui proferiu relativamente às questões que quer o Grupo Parlamentar do PCP quer o Grupo Parlamentar do PS colocaram, a meu ver pertinentemente, poderia fazer sucesso, há uns anos atrás, no café A Brasileira, ao Chiado, mas não respondeu, evidentemente, às graves questões que foram colocadas.

Vozes do PCP e do PS: - Muito bem!

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