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3 DE JULHO DE 1999 3051

sivamente, no decorrer dos anos, ao Conselho de Jurisdição Nacional e à Comissão Política Nacional.
Como figura insigne da República, o Sr. Deputado Leonardo Ribeiro de Almeida é membro do Conselho de Estado e foi Presidente da Assembleia da República. Entre os altos cargos que desempenhou foi também Ministro da Defesa do X Governo Constítucional do Prof. Cavaco Silva, além de Presidente da República interino.
Como pessoa e como político, o Sr. Deputado Leonardo Ribeiro de Almeida sempre se caracterizou pela sua coragem, que acaba, neste momento, de demonstrar, e pela sua frontalidade, clarividência e tolerância.
No exercício das elevadas funções a que ascendeu, teve sempre, como norte, o cumprimento do dever e a exigência do bem comum; teve a grandeza de alma que ele, há pouco, referiu na intervenção que fez da tribuna; praticou, empenhadamente, o diálogo e não fugiu à reflexão dos problemas. Isso nunca o impediu de dar eficácia às suas decisões. A sua verticalidade fica como exemplo a recordar por todos nós. Nunca consentiu que fosse abafado o seu sentido crítico e nunca hipotecou a sua independência.
Homem de princípios, de valores e de coerências, defendeu sempre o que entendeu mais certo e mais justo, fosse contra quem fosse, fosse em que lugar fosse.
O País, a democracia agora implantada e a social-democracia devem muito ao Sr. Deputado Leonardo Ribeiro de Almeida.
A sua renúncia torna mais pobre o Grupo Parlamentar do PSD.
Em nome do nosso Grupo Parlamentar e em meu nome, que vejo, assim, sair da bancada uma Velha e grande amizade, quero exprimir ao Sr. Deputado, e meu grande amigo, Leonardo Ribeiro de Almeida o desgosto que sentimos com o seu afastamento A nossa grande admiração e solidariedade acompanha-o.
Mas quero dizer-lhe mais, meu caro Leonardo Ribeiro de Almeida, já começamos a sentir a tua falta.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Santos.

O Sr. Almeida Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados. Sr. Deputado Leonardo Ribeiro de Almeida: Quero juntar a minha voz e a voz do meu Grupo Parlamentar às que já se expressaram no sentido de lhe testemunhar apreço e ao mesmo tempo manifestar pena por vê-lo partir tão cedo.
A data foi escolhida por si, em boa forma, felizmente. O que significa mais uma prova de inteligência da sua parte Devemos ir-nos embora enquanto é tempo e enquanto temos consciência da nossa própria valia. Hoje é o meu Amigo, qualquer dia serei eu.
Queria dizer-lhe o seguinte: vamos deixando pela vida, para além da família natural, muitas outras famílias, a que ficamos ligados: a escolar, a académica, a desportiva, a política, a profissional e também a política parlamentar.
Algumas coisas nos dividem, opiniões normalmente. Mas, apesar de tudo, temos sabido construir o sentimento de que constituímos também uma família. E apesar de sermos adversários - e é bom que os haja em democracia - temos a unir-nos um sentimento de apreço e amizade que vale mais do que tudo. E esse sentimento que, neste momento, queria expressar, dizendo-lhe além disso que não estou de acordo em que deixa apenas «uma pequenina pedra no muro da democracia». Deixa muitas e importantes pedras nesse muro que, como sabe, ainda precisa de outras pedras, de ganhar mais robustez e mais altura para que possamos, enfim, dormir tranquilos.
O Dr. Leonardo Ribeiro de Almeida foi um democrata de todas as horas da alma e da vida. Lembro-me dos primeiros contactos que tive com o seu nome e a sua acção na campanha do General Humberto Delgado, em que ambos estivemos ao lado do candidato da oposição.
Depois do 25 de Abril teve um papel relevantíssimo, já aqui realçado pelo Sr. Deputado Correia Afonso. Subiu ao segundo lugar da hierarquia da República, a justo título; emprestámo-lo por uma época ao Ministério da Defesa; e foi, de facto, um parlamentar ilustre, pois deu a este Parlamento um contributo, que está registado nos anais da sua história e que ficará inscrito no Diário da Assembleia da República para quem quiser conhecê-lo melhor no futuro.
Mas eu queria realçar a sua verticalidade, o seu sentido dos valores, a sua preocupação com a rectidão das atitudes. E também, obviamente, a sua inteligência.
Quero dizer-lhe que, pela nossa parte, ficamos muito sensibilizados com a fórmula que encontrou para nos dizer Adeus. Gostámos muito que nos deixasse um abraço. Tão cedo não se vai libertar do nosso. Onde quer que o encontremos tem, com certeza, não apenas os 70 abraços do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, não apenas os 230 abraços do actual universo parlamentar, mas os abraços de todos os Deputados que tiveram o prazer e o privilégio de consigo conviver nesta Casa, que é de todos nós.

(O Orador reviu).

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Maia.

O Sr. José Manuel Maia (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português e em meu nome, por 19 anos de convivência, desejo testemunhar a acção e o alto desempenho do Dr. Leonardo Ribeiro de Almeida, como Deputado, como Presidente da Assembleia da República, como presidente da Comissão de Petições, que tanto dignificou o nosso Parlamento, sendo um exemplo de vivência humana e democrática, que importa assinalar e salientar.
Apesar das nossas divergências políticas, sabemos que continuaremos a contar com o Dr. Leonardo Ribeiro de Almeida, hoje e no futuro.
Com amizade, bem-haja Dr. Leonardo Ribeiro de Almeida. Manter-se-á, com certeza, presente entre todos nós.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr Deputado Adriano Moreira.

O Sr. Adriano Moreira (CDS-PP): - Sr Presidente, Sr. Deputado Leonardo Ribeiro de Almeida, queria salientar, sobretudo, para além das palavras justas e insuficientes que já lhe foram dirigidas pela sua bancada, pela bancada do Partido Socialista e pela bancada do Partido Comunista Português, que a imagem que tenho de se é, em primeiro lugar, a de advogado. Esta é para mim uma imagem importante, porque sempre me pareceu que a advocacia era a mais nobre das profissões liberais e que aquilo que, principalmente, caracteriza o advogado é a independência vinculada aos valores e a capacidade de tomar partido. Ora,

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