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130 I SÉRIE-NÚMERO 5

Vozes do PS: - Óhhh..!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Ferro Rodrigues, é verdade que pouco tenho a acrescentar neste momento, mas, apesar de tildo, ainda irei referir um ponto. De facto, o meu colega definiu a questão correctamente, porque, com toda a franqueza, ouvir os socialistas, sobretudo o Sr. Deputado Ferro Rodrigues, dá para perguntar por que é que eles se irritam tanto, sobretudo porque é que ele está tão irritado.

Risos.

Essa irritação decorre de um prazer, isto é, será que ele pensa: ainda bem que a crise foi maior do que se esperava. Será esta a razão profunda? Não acredito que um socialista tenha que Ter esse estado de espirito, que eu diria mórbido, para fazer prevalecer os seus ideais.
Então, de que decorre essa irritação? E no sentido de apontar o dedo a outro, dizendo: você enganou-se!?. Mas, meu Deus, os socialistas enganaram-se, o Deputado Ferro Rodrigues enganou-se, o próprio (Deputado Manuel dos Santos, que nunca se engana, também se enganou!! Eu li os discursos de ambos aquando do debate do Orçamento do Estado para 1993 e nenhum deles previa a grandeza da crise.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Ora leia lá!

O Orador: - Vou ler, sim, senhor, para mostrar que o Sr. Deputado Manuel dos Santos nunca se engana...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Leia a entrevista do Álvaro Barreto!

O Orador: - Ó Sr. Deputado, convidou-me para ler o seu texto e, agora, já está a dizer para ler o texto de outro. Se me permite, eu privilegio os seus textos...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Muito obrigado!

O Orador: - ... e espero que não leve a mal esta minha deferência pela oposição.

Risos.

Sr. Deputado Manuel dos Santos, apesar do cientismo socialista na previsão da História, apesar dessa mística do cientismo histórico, estava longe de prever o grau de gravidade da situação, porque o Sr. Deputado dizia: «continua a pensar-se que não estamos num período de pré-recessão da economia portuguesa, continua a insistir que não é necessária uma politica pública que lute, ciclicamente, contra essa situação(...)».

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - É isso! Muito bem!

O Orador: - Mas o senhor está a dizer que se está num período de gravidade, mas não está a anunciar o grau da recessão que aí vinha

Risos do PS.

O Sr. Rui Vieira (IS): - Leia o resto!

O Orador: - Não será por minha causa que os senhores deixarão de se ouvir a vós mesmos.

Risos.

Repare, o Sr. Deputado Ferro Rodrigues, que dá um toque muito mais tecnocrático às suas intervenções, dizia: «(...) um orçamento excessivamente restritivo, atendendo à actual situação de ameaça de recessão».

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Os senhores querem anunciar publicamente, aqui e agora, que os senhores nunca se enganam? Respondam!

Protestos do PS.

Sim ou não?
Afinal de contas, os senhores nunca se enganam. Sim ou não?
Fica-se a saber que os socialistas nunca se enganam. Muito bem, afinal de contas, que tipo de crítica é que os senhores têm andado a fazer?
Srs. Deputados, abandonem o negativismo, os senhores também se enganam, só se enganaram, aparentemente, menos do que nós, graças à almofada do vosso catastrofismo. Só por isso, nada mais!

Risos.

Quanto ao resto - e era esta nota que eu queria trazer à minha intervenção -, deixando de lado as irritações que decorrem de erros maiores ou menores, de facto, convinha que os senhores respondessem a duas questões que me parecem positivas.
Em primeiro lugar, o que é que os senhores fariam face à queda da receita e face ao aumento de despesa se, por acaso, a aceitassem?
Em segundo lugar, em que momento é que os senhores estão de facto a pronunciar-se com profunda convicção: no debate sobre o Orçamento suplementar, no debate aqui, interno, sobre as questões do País ou nas reuniões da Internacional Socialista?

O Sr. Presidente: - Queira terminar, Sr. Deputado.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente. E, rapidamente, vamos aguardar as respostas dos socialistas que, com certeza, vão dizer que nunca se enganam.
Ou será quando aprovam as resoluções da Internacional Socialista onde, afinal de contas, se subscreve, em resumo, a política seguida pelo Governo perante a recessão?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.
O Sr. Ferro Rodrígues (PS): - Sr. Deputado Rui Rio, certamente que foi por infelicidade formal que teve algumas palavras menos correctas - aliás, eu sei que não disse o que pensa, às vezes não pensa o que diz.
Sr. Deputado, no ano passado, quando aqui discutimos as receitas, nunca pensámos que houvesse a dimensão de sobreavaliação que houve...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Ah, afinal, também se engana!

O Orador: - Uma sobreavaliação feita pelo Governo. Nunca pensámos que os senhores arrasassem a máquina

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