O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

134 I SÉRIE - NÚMERO 5

é sempre mau conselheiro, principalmente quando se quer resolver os problemas e ultrapassar os obstáculos que o projecto da integração europeia necessariamente cria.» E diz mais: «Para este clima actual muito contribuem as declarações permanentes, a nível europeu, sobre os riscos, as limitações, os desequilíbrios, a necessidade de restrições que vêm a acompanhar incompreensivelmente o processo de realização da UEM, como se esta fosse um pesado fardo a suportar em vez de constituir uma parte importante de um projecto de progressão. A variável chave nos próximos anos será a produtividade. Só um crescimento muito rápido da produtividade poderá proporcionar um ajustamento bem sucedido.» Para aumentar a produtividade - acrescentei - « (...) é necessário actuar em várias frentes, aumentado o investimento em capital físico e capital humano, (...) desinvestindo nos sectores condenados cuja única justificação era a utilização de mão-de-obra barata».
Que pena, Srs. Deputados socialistas, que não oiçam os bons conselhos da vossa família só porque eles coincidem pontualmente com as políticas do Governo.
Por outro lado, o Dr. Manuel José Homem de Melo, também da área socialista, Diário de Notícias...

Risos do PS.

Vá lá, tenham consideração pelos vossos companheiros das campanhas presidenciais.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está aqui o Pacheco Pereira!

O Orador: - Escreveu o seguinte: «(...) Sir Leon Brittan, vice-presidente da Comissão Europeia, também não podia ser mais claro. Pensar que Portugal seria capaz de eximir-se às incidências da crise que se abateu sobre a economia mundial não é sério.»
E a que assistimos nós no PS senão uma dúplice atitude, como ainda há pouco, e muito bem, o meu companheirode bancada, Silva Marques, aqui apontou? Quando está com os seus camaradas da Internacional Socialista (ou Partido Socialista Europeu) clamam pela solidariedade europeia contra o desemprego, contra a recessão; quando estão «cá por casa», de cada vez que o Governo defende o reforço da coordenação das políticas económicas de todos os Estados europeus, o PS diz que «com o problema dos outros, podemos nós bem!» Que exaltante coerência.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Certo é que o Governo português tem procurado não travar a estratégia de recuperação e modernização empreendida desde 1986, amortecendo ó mais possível as «pancadas» da crise económica internacional, de modo Ia garantir estabilidade social, para que, o mais tardar em 1999, possamos entrar com os outros Estados-Membros na III Fase da União Europeia, com perspectivas mais risonhas para a presente e para as próximas gerações, sempre garantindo que controla o processo.
E é essa a diferença face à oposição: o PSD e o seu Governo estão a fazer a História. O PS limita-se a seguir a História.
Julgo que os portugueses estão a perceber isso mesmo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Carp, vou ser muito breve, até porque o seu discurso foi feito de citações e vou terminar também com uma citação, porque vem a propósito.
Primeiro, Sr. Deputado, devo dizer-lhe que se enganou. Eu não disse que o aumento de défice que o PS propunha, de 0.5 %, não se somava ao já existente. À partida, se houvesse o descalabro, em vez de 8.1 % passariam a ser 8.5 %.

Vozes do PSD: - Claro!

O Orador: - Mas é preciso ver, Sr. Deputado Rui Carp, a natureza das propostas e o efeito que o aumento da despesa tem, por exemplo, na cobrança dos impostos. Se tivesse investido mais na administração fiscal...

Risos do Sr. Ministro das Finanças.

Não se ria, Sr. Ministro.
Se tivesse investido mais na administração fiscal, como, aliás, alertaram os sindicatos respectivos, tinham cobrado mais impostos.
Por exemplo, este é um tipo de proposta de aumento da despesa que acabava por dar lucro ao Governo, em termos orçamentais.
Os Srs. Deputados do PSD passam a vida a falar na crise e a comparar- o Sr. Ministro, aliás, faz isso com alguma subtileza- os resultados objectivos de um certo tipo de governação dos últimos anos com índices semelhantes de anos anteriores. Mas querem comparar as condições que tiveram que afrontar os governos socialistas com as condições reais de enquadramento que VV. Ex.ªs tiveram nos últimos tempos? São comparáveis, essas situações?

O Sr. Rui Rio (PSD): - São piores, agora!

O Orador: - O Sr. Deputado quer comparar uma situação de pré-ruptura financeira com uma situação, até há pouco tempo, de entrada no País de um milhão de contos por dia e que vai ser agora de dois milhões de contos?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Isso nada tem a ver com o assunto!

O Orador: - Isso é comparável? Quando é que os senhores deixam essa cassette!
Finalmente, Sr. Deputado, peço-lhe um comentário. Vou ler-lhe uma citação, de um ilustre Deputado da sua bancada, proferida no dia 24 de Julho de 1993. Perguntava-se-lhe o seguinte: «O Governo insistiu na tese do oásis até há escassos meses. Terá descoberto a crise tarde demais?» Responde assim o Sr. Deputado Álvaro Barreto: «Não tenho a mínima dúvida. Considerei irrealista o cenário que serviu de base à preparação do Orçamento para 1993. Sei bem que é dada muita importância, quer pelo Primeiro-Ministro, quer pelo Ministro das Finanças, à gestão das expectativas, mas quando já se sabe que o cenário vai ser negativo, essa atitude é perigosa», Sr. Ministro das Finanças.

Vozes do PS: - Bem lembrado!

O Orador: - «Depois as pessoa são acusadas» - é o que os senhores nos fazem - «de serem incompetentes ou inconsistentes por não avisarem a tempo e horas.»
Ora, foi isto que lhe quis dizer há pouco. O sentimento dos empresários, que V. Ex.ª viu na cerimónia da

Páginas Relacionadas
Página 0135:
29 DE OUTUBRO DE 1993 135 inauguração de um banco mas que eu vejo no quotidiano, é de desco
Pág.Página 135