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706 I SÉRIE-NÚMERO 20

tão, até por parte de candidatos de outros partidos, não foi analisada nesta perspectiva tão drástica, sabendo - e seria talvez por aí que se deveria começar - que, na verdade, aquele edifício é uma referencia histórica da cidade de Aveiro, do centro de Aveiro, mas a sua eventual desafectação ao ensino não irá transformar e diminuir essa importância histórica, antes pelo contrário.
Não foi aqui referido, por exemplo, que a escola já esteve encerrada, devido à sua degradação. Interessa saber se - e várias vezes é referida, nestes debates, a degradação do parque educativo português -, na verdade, a utilização deste edifício por parte da Câmara Municipal, não serviria para evitar essa mesma degradação.
É preciso ter em atenção que, como saberão, melhor do que eu, os Srs. Deputados que intervieram neste debate, não é só aquele edifício que é uma referência histórica, naquele largo. Há outros edifícios que têm, também, uma importância e uma arquitectura que interessa preservar. Até por isso, não se pensou ainda, em Aveiro, em alterar os paços do concelho, que são ali e têm, a nível de acomodação dos diversos serviços, algumas dificuldades.
Portanto, esta utilização, pela Câmara Municipal de Aveiro, do edifício da Escola Secundária Homem Cristo poderia permitir a prevenção da sua degradação.
Ao falar-se na desactivação desta escola, parece que em Aveiro não há mais escolas secundárias. Há, como todos sabem, e não são apenas as que foram recentemente construídas, pois, até numa perspectiva intermunicipal, por exemplo, a próxima escola de Aradas servirá também parte da população de Ilhavo, ficando numa fronteira entre concelhos, pelo que, as pessoas, inclusive os pais que se deslocam para Aveiro, não necessitarão de efectuar grandes percursos para deixar os seus filhos na escola.
Todas as escolas secundárias de Aveiro estão num curto perímetro, de 1 ou 2 Km, pelo que não há razões sociológicas que vão contra esta desactivação. Estas escolas secundárias existentes dão resposta, ao fim e ao cabo, à preservação desses valores de integração da população estudantil, pelo que, não é por aí que haverá quaisquer receios.
Mais, quem conhece aquela escola, sabe que não há pátios, sabe que os alunos estão permanentemente no largo e na rua fronteira à escola...

O Sr. Olinto Ravara (PSD): - Você nunca lá foi!

O Orador: - O Sr. Deputado Olinto Ravara continua com uma perspectiva perfeitamente justificada...

O Sr. Olinto Ravara (PSD): - Eu conheço a escola!

O Orador: -... pelos antecedentes políticos. Se o Sr. Deputado me permitir
continuar, também deverá saber que o grupo do PDM elaborou um estudo onde o próprio conselho directivo alerta espaço para os alunos e para estes problemas de falta de condições para efectuar um ensino do século XX.
As únicas razões aqui apontadas levar-nos-iam a que, se calhar, se fossem ponderadas e tomadas em consideração, nunca se fizesse uma escola nova, nunca abandonassem instalações e tivéssemos ainda as nossas universidades em conventos.
As únicas razões que poderá haver são mais de ordem corporativa até, mas mesmo esse problema estará devidamente acautelado, havendo sempre, penso eu, por parte dos intervenientes, uma capacidade de diálogo, que permitirá ultrapassar eventuais questões existentes.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado, pede a palavra para que efeito?

O Sr. Ferraz de Abreu (PS): - Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Para esse efeito, tem a palavra. No entanto, solicito-lhe que seja breve.

O Sr. Ferraz de Abreu (PS): - Sr. Presidente, creio que se registou uma maioria de opiniões favorável a manter a actividade desta escola. Poderia, de facto, acrescentar algumas informações com testemunho próprio, pois, fui, talvez, de todos os presentes, o único que frequentou esta escola secundária, então liceu, durante sete anos, nos longínquos tempos de 1927 a 1935. Trata-se de um edifício magnífico, onde foram gastos recentemente centenas de milhar de contos...

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado, peco-lhe que termine.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.

... e onde há, na realidade, um equipamento óptimo, pelo que não estou de acordo com o que disse o Sr. Deputado Ferreira Ramos, ou seja, que há falta de espaço para os alunos. Interessa, sim, que esta escola secundária seja, de facto, como disse o meu colega Guilherme d'Oliveira Martins, destinada ao ensino secundário, e o espaço que este liceu tem para recreio é talvez um dos locais disputados pela câmara municipal, para parque de estacionamento dos carros dos seus funcionários...

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado, faça o favor de concluir.

O Orador: - Concluo já, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, face a isto, o meu partido vai apresentar um projecto de resolução para que a escola secundária continue no local onde está, não só para manter a tradição mas também os benefícios extraordinários para a população estudantil de Aveiro.

Aplausos do PS e do Deputado independente João Corregedor da Fonseca.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado, pede a palavra para que efeito?

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Para interpelar a Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Para esse efeito, tem a palavra.

O Sr. António Vairinhos (PSD): - Sr. Presidente, quero apenas que fique registado em acta que, há pouco, ao Deputado Arménio Santos não foi permitido interpelar a Mesa sobre uma matéria relativa à petição que estava em debate. Agora, neste caso concreto, tal foi permitido.

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - Sr. Deputado António Vairinhos, tem razão em parte,...

O Sr. Laurentino Dias (PS): - Não tem, não!

O Sr. Presidente (José Manuel Maia): - ... na medida em que apenas os primeiros três segundos e os últimos

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