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2018I SÉRIE-NÚMERO 61

O Orador: - Portanto, também este segundo défice tem um responsável: o PSD.
A meia dúzia de meses das eleições, a bancada do PSD apercebeu-se de que, ao contrário do que dizia o, ainda, Primeiro-Ministro Cavaco Silva, o desemprego não está controlado mas, sim, descontrolado e, então, resolveu fingir que se preocupa muito, nesta altura, com algo que nunca a preocupou durante anos e que, inclusivamente, transformou em bandeira para comparações internacionais. Mas saiu-lhes o tiro pela culatra!
Com efeito, depois da tentativa de desvalorização política da interpelação do PS, neste momento é o próprio PSD que desvaloriza a sua própria iniciativa parlamentar. Senão vejamos: onde é que está o Primeiro-Ministro Cavaco Silva? Onde é que está o Presidente do PSD Fernando Nogueira? Onde é que está o líder da bancada Pacheco Pereira?

O Sr. Antunes da Silva (PSD): - Isso é uma fixação vossa!

O Orador: - Quer dizer, neste momento, os senhores chegam ao cúmulo de, não contentes em tentar desvalorizar iniciativas de outros partidos - mas sem o conseguir-, desvalorizar as vossas próprias iniciativas!

Protestos do PSD.

É uma perfeita vergonha não estarem aqui nem Fernando Nogueira, nem Cavaco Silva, nem Pacheco Pereira!

Aplausos do PS e do CDS-PP.

E uma vergonha que se abate sobre a vossa bancada! Aliás, Srs. Deputados do PSD, só é possível acreditar que os senhores tenham alguma preocupação com o desemprego se cia for directamente proporcional ao peso quantitativo e qualitativo das ausências na vossa bancada.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Arménio Santos.

O Sr. Arménio Santos (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, agradeço as questões que me foram colocadas.
Começo por dizer ao Sr. Deputado Lino de Carvalho que o PSD nunca minimizou o desemprego.

O Sr. Alexandrino Saldanha (PCP): - Aumentou!

O Orador: - O PSD sempre reconheceu que uma situação de desemprego é um problema social que tem de preocupar qualquer força política responsável e o Partido Social Democrata deu provas, ao longo destes anos, que sempre actuou em ordem a combater a chaga do desemprego.
De facto, quando o PSD assumiu responsabilidades de governação, o desemprego situava-se na ordem dos 10 e 11 % e, como o Sr. Deputado sabe muito bem, esse valor chegou a atingir taxas de 4,1 %, connosco na governação.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É evidente, Sr. Deputado, que o Partido Comunista, tal como o Partido Socialista, tem necessidade de valorizar alguns segmentos da nossa vida política e social, e, naturalmente, o problema do desemprego é um deles. As oposições estão no seu verdadeiro papel: o de explorar as situações que consideram que podem render votos.
Mas, em termos realistas e honestos, os senhores têm de reconhecer que a actuação do PSD à frente dos destinos do nosso país se tem saldado..

O Sr. Alexandrino Saldanha (PCP): - Num desastre!

O Orador: - ... por resultados extremamente equilibrados nesse domínio.
Além do mais, terão de reconhecer que outros países, em condições talvez bem mais favoráveis do que aquelas que Portugal usufrui e com governos insuspeitos, porque socialistas ou de outras ideologias que não a social democrata, têm obtido resultados catastróficos na área do desemprego, sem qualquer comparação possível com as taxas que se verificam em Portugal.

Vozes do PSD: - Isso e verdade'

O Orador: - Por outro lado, não se trata de uma operação de braqueamento em vésperas de eleições, Sr. Deputado Lino de Carvalho. De facto, o que os senhores não aceitam e que haja alguém mais, «no palco», a falar sobre os problemas que consideram ser do vosso monopólio!

O Sr. Mui Carp (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Só que as questões que tem a ver com o bem-estar dos cidadãos, com o emprego, com uma justa satisfação a um nível de vida melhor dos reformados não são monopólio do PCP ou de qualquer outro partido. A força política que, em Portugal, de uma forma correcta e corajosa, mais tem respondido a essas aspirações tem sido o Partido Social Democrata.
O PSD está hoje em contacto com as centrais sindicais, as confederações patronais..

O Sr. Limo de Carvalho (PCP): - Então não esteve. Só agora é que está!

O Sr. Jaime Gama (PS): - Agora está mais!

O Orador: - ... e os problemas reais da economia e dos cidadãos, tal como sempre esteve.
Só agora, porque em vésperas - a 6, 7 ou 8 meses - de eleições, é que VV. Ex.ªs utilizam o argumento de que estamos numa operação de branqueamento, argumento, esse, que já foi utilizado nos actos eleitorais anteriores, ou seja, sempre que o PSD fazia qualquer coisa era acusado por ter cão e por não ter! Se fazíamos, éramos acusados de eleitoralistas; se não fazíamos, aqui d'el rei, porque estávamos a esquecer o interesse dos portugueses, do País!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Raúl Castro, as medidas que estamos a implementar vão ao encontro do que foi apresentado pelo Governo, em sede de concertação social, em Setembro e Outubro do ano passado Só lamentamos que não tenham tido uma aceleração mais intensa, em função desse mesmo acordo não ter tido o sucesso que desejaríamos e que - não temos dúvidas - os portugueses mereciam.

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