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2316 I SÉRIE - NÚMERO 71

norância que referi, ao copiar as competências do administrador delegado para o conselho geral: Nesse conselho geral, como já disse, estão 50 ou 60 pessoas, que ficam com as mais nobres e importantes tarefas de gestão. Não é possível! Este documento e esta proposta não permite que haja nenhuma capacidade de resolução! Ao contrário daquilo que sucedia e que sucede actualmente, o conselho de gestão é um órgão consultivo, não é um órgão de administração. Quando, na Europa, se estão a abandonar os órgãos de administração colegial, e os órgãos colegiais são de três pessoas, o PS vem propor um órgão colegial de 60 pessoas! Como se fosse possível tomar alguma decisão directa de administração num órgão colegial deste tipo! O PS não percebe sequer o que é que está a fazer ou que é que está a propor! Não percebe!
Quanto às vossas críticas sobre os actuais administradores, o projecto de lei acaba por vir propor os concursos. Quero dizer-lhe que as pessoas que o PSD nomeou, que este Governo nomeou (aliás, que nomeou no pressuposto de acreditarem na nossa política- e há muitas pessoas que acreditam, não só do PSD como do PS e de outros partidos), foram nomeadas por nós para esses cargos pelo simples facto de terem dito- «somos capazes de cumprir!» E é isso o que estão a fazer! O PS vem, com demagogias fáceis, dizer que é um desastre. Ora, isso é absolutamente falso! Basta ver os números!
Sr. Deputado, vim para este debate para poder colaborar, mas para colaborar com a verdade das coisas. O PS não quer ver a verdade, confunde a árvore com a floresta, não é capaz de ter um debate sério sobre esta matéria e, por isso mesmo, vem com a demagogia, pensando que, pelo facto de haver concurso, as pessoas passam a ser honestas.

O Sr Ferro Rodrigues (PS): - Vocês lá sabem, por experiência própria!

O Orador: - Sr. Deputado, não é mudando os modelos que muda a consciência das pessoas. E neste, como noutros aspectos, há sempre pessoas cuja consciência não faz a melhor leitura das leis e das normas. Não é o concurso que faz com que a consciência dessas pessoas mude.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Eurico de Figueiredo.

O Sr. Eurico de Figueiredo (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Andrade, essas suas críticas ao nosso desejo de, transformando a forma, também transformar os homens, gostava que as dirigisse igualmente ao presidente do seu partido, Fernando Nogueira, porque a intenção da transparência é exactamente essa: é a de, modificando a forma onde as pessoas funcionam e onde se instalam, poder modificar também a qualidade da sua contribuição cívica. Com essa sua concepção de Estado, tanto faz fascismo, como nazismo, como comunismo, como democracia, as pessoas não se modificam e ficamos sempre na mesma. Eu não acompanho V. Ex.ª nessa sua ignorância em relação à importância das instituições! Ignorância que, quando acusa ou outros de ignorantes, provém precisamente dos mais ignorantes!
Isto, porque nem quis ouvir o meu camarada de partido quando lhe disse que isso da Espanha já é antigo, que não é de há dois anos mas sim de há oito anos! Tenho aqui este documento, posso emprestar-lhe para ver, porque verifico que é ignorante neste assuntos- mas está em bom tempo de aprender!

O Sr. Fernando Andrade (PSD): - Não preciso!

O Orador: - E está em bom tempo de aprender em tudo, porque tudo o que disse sobre a Europa são asneiras! Tenho aqui um, dois, três, quatro, cinco documentos sobre gestão em cinco países europeus...

O Sr. Fernando Andrade (PSD) - Tenho aqui este'

O Orador: - Ah, tem um manualzinho! Mas eu tenho os decretos directos, na língua própria.

O Sr. Fernando Andrade (PSD): - Eu também tenho aqui os decretos directos e comentados'

O Orador:- Sr. Deputado, ouça também. Ouça agora! De facto, em todos eles são referidas as direcções colegiais! Só existe num único país o princípio da nomeação, que e o Reino Unido! Na Irlanda, metade dos elementos são indicados pela comissão regional de saúde e metade são nomeados depois de ouvidos os diferentes grupos profissionais hospitalares. Na Dinamarca, um é indicado pelo ministro da educação, um pelas comunas e cinco pela união dinamarquesa dos conselhos gerais das regiões Na Grécia, um é indicado pelos municípios, outro é eleito pelos médicos, outro representa o Governo e outro representa as comissões regionais de saúde Na Noruega, são eleitos pelas assembleias regionais - eleitos, Sr. Deputado! Nessa «miserável» Noruega, que é, neste momento, o país mais rico da Europa e com o civismo, eventualmente, mais espantoso desta mesma Europa! Sr. Deputado, de facto, a ignorância è atrevida e V. Ex.ª é extremamente atrevido

Risos do PS.

E é atrevido também quando nem sequer percebe, na sua petulância, nem consegue ler o que isto quer dizer: nos Hospitais de Évora, de Beja, de Faro, de Castelo Branco, do Barreiro, de Aveiro, de Vale do Sousa, de Eivas, do Montijo, da Figueira da Foz, de Portalegre, de Barcelos e mais uns cinco ou seis - que não utilizei, porque foram dados pela Ordem dos Médicos e pelos sindicatos dos médicos, com os devidos comentários -, em muitos deles, foram efectuadas mudanças, em resultado da incompetência e irresponsabilidade, pelo seu próprio Ministro! E V. Ex.ª sabe isso! Com processos disciplinares, muitos deles!
V. Ex.ª sabe isso! Porque é que teria sido demitido o administrador do hospital de Vaie do Sousa por fax, o Sr. João Coelho? Foi demitido por fax. E foi demitido dessa forma, sendo administrador, porque, continuamente, informava superiormente da corrupção do director do Vale do Sousa! Foi por isso que ele foi demitido por fax.
Ó Sr. Deputado, ainda o hei-de ver aqui, em nome da transparência, porque andamos há quatro anos nis-

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