O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3576 I SÉRIE-NÚMERO 106

demonstração cabal de que os senhores, a nível local, como a nível nacional, são só palavras e não são capazes de levar uma obra até ao fim!

Aplausos do PSD.

Quase 500 milhões de contos para o metropolitano de Lisboa. Ainda bem! Os défices estruturais na grande urbe lisboeta exigem fortes investimentos! Mas onde é que está o magistério de influência do Dr. Fernando Gomes?

O Sr. José Junqueiro (PS): - Isso chama-se dor de cotovelo, Sr. Deputado!

O Orador: - Do Sr. Narciso Miranda? Do Presidente da Câmara de Vila do Conde? Do Presidente da Câmara de Santo Tirso! Onde está o magistério de influência para fazer com que escassos milhões de contos vão para o pequeno metropolitano do Porto? Já passou um ano desde o momento em que a Dr.ª Elisa Ferreira e o Dr. Fernando Gomes fizeram uma conferência de imprensa, uma semana antes das eleições legislativas, a anunciar que, no dia seguinte às eleições, em caso de vitória do PS; seria alterado, «de fio a pavio», o Plano de Desenvolvimento Regional. É ou não verdade, Srs. Deputados Socialistas?

O Sr. José Junqueiro (PS): - É só desgraças!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Mas o projecto do metropolitano do Porto também aponta para três pecados mortais da acção política dos socialistas em geral e dos seus autarcas em particular: ânsia de protagonismo, pondo o protagonismo pessoal à frente do interesse da região, leviandade e pouca transparência na gestão de grandes projectos públicos e ocultação da verdadeira dimensão do que se está a desenvolver.

Aplausos do PSD.

Eu passo a explicar.
Ânsia de protagonismo. Nós dissemos, há sete anos, que, se o modelo institucional não fosse o de empresa pública e sim o de empresa intermunicipal, ia passar uma década sem haver qualquer obra, mas o Dr. Fernando Gomes queria ser o dono da obra, queria cortar a primeira fita, queria andar no primeiro comboio, antes do Ministro, mesmo que este fosse do seu Governo. Nós tínhamos razão! Se fosse uma empresa pública, a pressão dos cidadãos, da opinião pública e dos Srs. Deputados sobre o Governo exigia que houvesse mais equidade na distribuição do investimento público entre o norte e o sul. Os senhores são os culpados pela vossa ânsia de protagonismo balofo!

Aplausos do PSD.

Leviandade. Os senhores vão entrar par o Guinness Book, porque é a primeira vez, na Europa Comunitária, que há um concurso público internacional, comprometendo o bom nome do Estado português, sem haver uma letra num documento oficial a assegurar que os compromissos entretanto assumidos serão cumpridos.

O Sr. Miguel Macedo (PSD): - É uma vergonha!

O Orador: - Onde está o Sr. Ministro das Finanças? Onde está o ex-Presidente do Tribunal de Contas?

Certamente que está distraído e que está envolvido nas querelas internas que estão a dilacerar o vosso Governo.

Aplausos do PSD.

Risos do PS.

Ocultação da realidade. Entre a realidade que os senhores expuseram na Avenida dos Aliados, com uma estação de metro à porta de cada portuense, temos hoje a fria realidade de um metro liliputiano, que, em 63 km de trajectos previstos, 50 km são a mera modernização de duas linhas ferroviárias da CP - a linha Porto/Póvoa e a linha Maia/Trofa/Senhora da Hora. É este o vosso "mini-Metro", é o vosso "centímetro", é a tradução da vossa incapacidade!

Aplausos do PSD.

Mas, Srs. Deputados Socialistas, quem vos vai derrubar vai ser um cidadão portuense, o Sr. Ferreira, que algures, na Califórnia, aspira voltar ao Porto. E vai voltar em Janeiro de 1997, porque, em 1991, visitou a sua cidade, que já não via há muitos anos, e ficou deslumbrado com o cenário idílico do Dr. Fernando Gomes e convenceu a família a trabalhar duro mais seis anos, para vir acabar os seus dias no paraíso regional, entretanto criado pelo Dr. Fernando Gomes.
Marcou a sua passagem de Concorde para Paris. E porquê para Paris? Para estrear o TGV que, entretanto, o Dr. Fernando Gomes conseguiu para a cidade do Porto e que liga directamente Paris ao Porto.

Aplausos do PSD.

Uma vez desembarcado na cidade, depois de uma viagem rápida e confortável, saiu da estação, mas por uma passagem subterrânea para entrar de imediato no metropolitano, no tal que estava concluído em 1993, e, em cinco minutos, chegou ao seu apartamento na Foz, onde comprou um apartamento com os seus dinheiros de abastado emigrante.
Olhou para o mar, era um fim de tarde, e disse: «Que saudades que tenho do Atlântico cristalino e despoluído! Vou lá tomar banho, agora que o Dr. Gomes investiu estes anos todos na despoluição do Douro e já temos praias limpas como na linha do Estoril!» Tomou o seu banho. Voltou a casa, estava cheio de frio e queria aquecer-se. Foi tomar um banho quente rápido e barato com o gás da cidade que o Dr. Fernando Gomes anunciou para finais de 1993.

Aplausos do PSD.

Mas não ficou por aí. Quis ir visitar os seus pobres pais, que uns anos antes viviam nas barracas, que, entretanto, tinham terminado com a política de habitação social bem sucedida do Dr. Fernando Gomes. E, com os seus pais, com os seus familiares, numa cidade tranquila, guardada por polícias municipais, cada um com o seu cão,...

Risos do PSD.

... foi visitar e divertir-se à noite numa extensão da Eurodisney, que, entretanto, o magistério de influência do Dr. Fernando Gomes junto das eurometrópoles tinha feito abrir em Portugal neste final de milénio.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 3586:
3586 I SÉRIE-NÚMERO 106 Governo Guterres os torna a ambos comparáveis à falha de Santo Andr
Pág.Página 3586