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10 DE JANEIRO DE 1997 937

sem imaginação, sem criatividade e sem qualquer desafio aos jovens. Basta olhar o que se passa nos distritos, aparecendo Viseu como o paradigma de tal processo. Uma casa de juventude nova, a melhor do País, onde, por inércia, não abrem os ateliers, o bar, a pousada e o auditório não funciona regularmente, e onde os horários de funcionamento são os da função pública. Enfim, em vez de se potenciar um equipamento que fosse o motor da dinâmica associativa, temos um nado-morto, por falta de capacidade de gestão.
Estão a subverter a esperança e vontade dos jovens. Estão a encostar os portugueses ao mais terrível dos muros: o muro da desilusão e da descrença. Temo que a expressão sartriana "A vida como paixão inútil" comece a ter tradução soberba deste estado de espírito com que o Governo leva os jovens ao pessimismo demolidor e contagiante, agravado pelo desemprego crescente, a insegurança e a toxicodependência.
E necessário inverter e contrariar, através de medidas concretas, esta situação, mas deixem-se de ilusórias medidas avulsas, de propaganda, com que continuam a afligir-nos.
Deixem-se de desculpas, de olhar para trás, porque o que todos queremos é um presente melhor e um futuro que nos motive a continuar a ter esperança em melhor vida.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Correia da Silva.

O Sr. Nuno Correia da Silva (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Adriano Azevedo, o Sr. Deputado faz-me lembrar aquela célebre figura de Frei Tomás, em relação a quem se dizia: "Prega, prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz". É que, Sr. Deputado, a situação que acabou de relatar acerca do distrito de Viseu é verdadeira, mas tudo isso não é de hoje nem de ontem, vem de há muito tempo.

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - E o acordo?

O Orador: - O acordo que, infelizmente, este país está a viver é o acordo de governação entre o PS e o PSD, que agem e pensam da mesma maneira e se confundem. Portanto, Sr. Deputado, quanto aos acordos, estamos esclarecidos.
Porém, quero colocar ao Sr. Deputado Adriano Azevedo questões muito objectivas. Quando é que Viseu perdeu as ligações aéreas que tinha e que tanto desenvolvimento levaram àquela região? Quando é que Viseu perdeu a estação de caminho-de-ferro e, sem a estação de caminho-de-ferro, praticamente o comboio do desenvolvimento? Em que altura? Quem estava no Governo?

A Sr.ª Rosa Albernaz (PS): - Muito bem pensado!

O Orador: - Permita-me, Sr. Deputado, que lhe pergunte também o seguinte: onde está a universidade pública que o PSD, durante tantos anos, disse pretender criar, sem, no entanto, jamais ter concretizado aquilo que tantas vezes apregoou, enquanto promessas?
Foi construída uma estrada, como há pouco foi relatado pelo Sr. Deputado, a IP5, uma estrada assassina,...

A Sr.ª Rosa Albernaz (PS): - Mal feita!

O Orador: - ... que, meia dúzia de anos depois, já se considera ser necessário reformular, reconstruir, criando uma nova ligação, por forma a que possa ser cativadora para as unidades produtivas e geradora de emprego e, por via do aumento do emprego e da fixação de empresas, responder às expectativas dos jovens quadros visienses, para que também eles se possam fixar e Viseu não continue a ser uma cidade permanentemente a envelhecer, não apenas no seu património, que esse é riquíssimo, mas, sobretudo, nos seus quadros, nas suas gentes, aqueles que legitimamente têm grandes aspirações e que, para concretizá-las, têm de sair da cidade, do distrito. E de quem é essa responsabilidade? É dos Governo de hoje e de ontem!
Por isso, Sr. Deputado, não queiramos escamotear a realidade, que dói hoje, mas que não é uma doença nova; é uma doença velha e antiga, de que o interior sofre, desde há muito. Portanto, essa responsabilidade não é só do Governo do PS mas, seguramente, também do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Adriano Azevedo, há mais dois oradores inscritos para pedir esclarecimentos. Deseja responder já ou no fim?

O Sr. Adriano Azevedo (PSD): - No fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Adriano Azevedo, gostaria de começar por lhe lembrar, uma vez que o Sr. Deputado é de S. Pedro do Sul e na sua intervenção não referiu uma única vez o seu concelho, que esteve, durante tantos anos, à frente do Instituto da Juventude e nunca conseguiu concretizar para a sua terra a promessa de uma pousada de juventude. E veja lá que, em 1996, este Governo do Partido Socialista concretizou a velha aspiração da sua terra e lá está a pousada de juventude!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, V. Ex.ª vem falar aqui no Palácio de Gelo e noutras obras particulares, associando a Câmara a estas realizações. Antigamente, associavam-se as obras da Câmara ao hospital, ao pavilhão do INATEL, ao Instituto de Juventude, àquilo que não era da Câmara e do Estado; agora quer associar-se ao Estado e àquilo que pretensamente não foi a obra do PSD, quer considerar-se como tal aquilo que foram e são as obras dos particulares.
Não comentarei as questões do Orçamento, porque, nesta Câmara, isso, eventualmente, poderia cair até no ridículo, conhecido, de todos como é aquilo que, em plano de investimentos, o Governo apostou no interior, nomeadamente em Viseu.
Em terceiro lugar, no que diz respeito ao aterro sanitário, a Câmara local esteve no núcleo de formação desde o início e participou nesse investimento de 6 milhões de contos, que está agora em concretização, que abrange 16 municípios, alguns dos quais de Coimbra e da Guarda, mas retirou-se dessa associação de municípios, porque, quando chegámos à altura da elaboração dos estatutos, queria ter mais votos do que os outros presidentes de câmara. Vejam bem se assim fosse na Associação Nacional de

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