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18 DE DEZEMBRO DE 1997 753

Metropolitana de Lisboa, a qual, efectivamente, perdeu pelos mesmos motivos?

Aplausos do PS.

O Sr. João Amaral (PCP): - Nós perdemos em Lisboa e os senhores perderam no Porto!

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Cesário.

O Sr. José Cesário (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, deixe-me dizer-lhe que a escolha de V. Ex.ª como orador de serviço do PS, a pretexto destas eleições autárquicas, é o evidente sinal da desilusão com que o PS encara o resultado destas mesmas eleições.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: - Na verdade, V. Ex.ª é exactamente a imagem de algumas das mais significativas e maiores derrotas que o PS sofreu nestas eleições.
Em primeiro lugar, a derrota de Viseu, onde V. Ex.ª deu a cara, onde viu a sua imagem plastificada espalhada pelas ruas, onde sabe bem que assistiu a um reforço significativo das posições do PSD.
Pior do que isso, não sei como é que V. Ex.ª consegue explicar aos seus camaradas de bancada - alguns dos quais, pelos vistos, ainda estão sorridentes - a responsabilidade que tem em relação à derrota eleitoral do PS nada mais nada menos do que na terra de naturalidade do Sr. Ministro Jorge Coelho.

Vozes do PS: - Oh! Isso é fatídico!

Risos do PS.

O Orador: - Tudo isto, Srs. Deputados, é bem o sinal, a imagem exacta, com que o PS encara os resultados destas eleições: desilusão! O que o Sr. Deputado não disse foi que aquilo a que realmente se assistiu nestas eleições foi a uma evidente recuperação do PSD. Seria bom que V. Ex.ª comentasse com tanta franqueza, com tanta frontalidade, o que se passou na Área Metropolitana do Porto, a mudança significativa aí verificada. Não há dúvida para quem quer que seja, Srs. Deputados, de que o que se verificou em muitos pontos do País nestas eleições autárquicas foi uma chamada de atenção da opinião pública portuguesa para a vossa vaidade, para a vossa presunção, para a vossa petulância.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Cesário, V. Ex.ª tem por hábito, na vida, quando fala em matéria política tão localizada, pôr-se a jeito. Imagine que eu, agora, viria aqui comentar e fazer-lhe o mesmo tipo de perguntas: por que razão, na terra do Dr. Marques Mendes, houve uma derrota brutal, uma banhada, do PSD?

Aplausos do PS.

O Sr. José Magalhães (PS): - Ou em Cascais, que é a terra de Marcelo!

O Orador: - Além disso, Sr. Deputado, no meu partido e no meu distrito, perdeu-se uma câmara, mas ganhou-se a Câmara Municipal de Cinfães, que era do PSD, mas não ouvi falar disso, ganhou-se a Câmara de Tarouca, que também era do PSD, ganhou-se a Câmara de Vila Nova de Paiva. Os meus camaradas de partido estão estáveis, serenos, tranquilos, mas, no seu caso, não é assim, porque já ontem, na comunicação social local, pediam a sua cabeça e pediam que o Presidente da Câmara Municipal de Viseu fosse o futuro líder da distrital do PSD em Viseu.
Para terminar, dou a cara pelo meu concelho, assumo uma atitude cívica no meu concelho e faço uma proposta concreta, ao contrário de V. Ex.ª, que nunca deu a cara por coisíssima alguma, nunca foi candidato a coisíssima alguma, a não ser nas listas do PSD, e nunca nelas foi cabeça de lista. O Sr. Deputado nunca deu a cara por nada e, mais grave, quando aqui discutimos aquilo que os senhores quiseram chamar de «totonegócio», o senhor, que era membro do Conselho Fiscal do Académico de Viseu, até nessa altura «bateu a asa», porque não quis assumir essa responsabilidade.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Macário Correia.

Aplausos do PSD.

O Sr. Macário Correia (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tiveram lugar, no passado domingo, as sétimas eleições locais no pós-25 de Abril.
Decorridos 21 anos de poder local eleito democraticamente, os portugueses foram chamados para a escolha de quase 5000 órgãos de decisão: as 305 câmaras municipais, outras tantas assembleias municipais e as mais de 4200 assembleias de freguesia.
Foram eleições de partidos e de pessoas. A lógica do poder local, a proximidade entre eleitos e eleitores, leva a escolhas onde os factores menos ideológicos também pesam. A experiência, a maturidade e o prestígio dos candidatos são determinantes nas opções dos eleitores.
Mas, quando os partidos sabem - ter espírito aberto, acolher a renovação e lançar novos protagonistas, ganham eles, ganham as populações e ganha a democracia enquanto sistema.

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