O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE JUNHO DE 1998 2933

caso se alienasse o que resta de poder político e de estruturas desconcentradas da Administração Pública na capital do distrito.
Em segundo lugar, apesar do esforço titânico de alguns dos Srs. Deputados socialistas de Leiria, não tem sido possível descortinar o almejado reforço do protagonismo do distrito. Pelo contrário, o que se verifica é que o Governo
tem ignorado, olimpicamente, todos os pedidos e sugestões dos seus mais destacados apoiantes na região.
Durante os governos do PSD, em resultado de perseverança discreta e de influência, sem triunfalismos, de Deputados, autarcas e dirigentes distritais sociais democratas foi possível, apesar de tudo. conseguir a realização de
obras fundamentais para o desenvolvimento regional.
São exemplos marcantes, só para citar alguns, o novo hospital de Leiria, a construção cie escolas superiores politécnicas em Leiria e em Caldas da Rainha, a construção da auto-estrada Lisboa-Porto, que muito nos beneficiou, o IC8. a parte do IC 1. a beneficiação de outras rodovias, as melhorias nos portos de Nazaré e de Peniche, o lançamento de inúmeras escolas, de centros de saúde, de centro de juventude, etc.
E tudo isto era conseguido alegadamente sem «peso político», pelo que se esperava ansiosamente pêlos inúmeros benefícios que resultariam da acção política e da proximidade do poder dos arautos locais da nova maioria.
Decorridos 33 meses, não se vislumbram os resultados do auto-apregoado protagonismo e, pelo contrário, o que se verifica é que o PS de Leiria é completamente ignorado, em termos concretos, pelos cúpulas centrais e
governativas do seu partido.
Restar-lhes-á, como lenitivo e consolação, que desse mal se vão queixando muitos ex-participantes activos dos famosos Estados Gerais: certas personalidades da sociedade civil apenas interessavam numa lógica de conquista do poder: após conseguido este objectivo deixam de ter utilidade e passam de «poderosos» conselheiros e porta-vozes ao estatuto de meros espectadores.
Em terceiro lugar, os bem intencionados planos estratégicos de desenvolvimento pura o distrito não passaram disso mesmo - de boas intenções. Só que os responsáveis políticos não são apenas conferencistas ou prelectores de
colóquios mais ou menos académicos, pede-se-lhes, exige-se-lhes mesmo, que procurem passar do mundo etéreo das ideias para a dura realidade da concretização.
E, tudo visto e somado, não surgiram os mencionados planos, nem sequer as «tais» obras pretensamente avulsas e sem uma visão global, harmoniosa e integrada. Aliás, em matéria de instrumentos de planeamento, o manifesto eleitoral do PS no distrito não era avaro, preconizando o seguinte: «definição de estratégias globalizantes de desenvolvimento económico, social e cultural do distrito de
Leiria: o PS e a Nova Maioria propõem-se (..) serem o grande agente federador de uma visão e de uma estratégia sobre o papel do Distrito de Leiria no desenvolvimento nacional e europeu, definição de um Plano Regional de Formação Profissional; definição de uma estratégia regional de desenvolvimento: elaboração da Carta Habitacional do distrito: elaboração da Carta Escolar do distrito; o PS defende (...) no distrito de Leiria uma estratégia de defesa
de capacidade industrial instalada: criar um plano de ocupação (..) para uma efectiva vigilância da floresta».
De todos estes planos desapareceu o rasto e - pasme-se! - até o único plano com que o PSD era acusado de se preocupar, o PIDDAC, também está pelas ruas da amargura, visto que a quota parte do distrito de Leiria que dele tem constado (em 1996, 1997 e 1998) é, de facto, uma sombra dos valores que se registavam nos anos anteriores.
Aconselho, com toda a cordialidade, os Srs. Deputados socialistas do distrito a concentrarem todas as energias na tentativa de sensibilizar os responsáveis por este instrumento de planeamento para 1999, a fim de conseguir inverter-se
a tendência negativa para o distrito, deste último triénio.
Convido-os ainda a apoiarem-me com vista ao agendamento, na derradeira sessão legislativa desta legislatura, do meu projecto de lei de criação da Universidade da Estremadura, que consta inequivocamente do vosso programa eleitoral. Nisso, seguiriam o exemplo positivo dos Deputados socialistas de Viseu e de Bragança, que subscreveram idênticas iniciativas para os seus distritos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Alguns dos nossos caros colegas e amigos de Leiria da bancada do PS vieram, há dias, publicamente, reconhecer, com frontalidade - que se saúda -, que o distrito de Leiria «tem sido marginalizado no seu processo de desenvolvimento», mencionando a falta de investimentos decisivos em termos rodoviários, ferroviários, dos portos etc. E muito mais poderiam acrescentar se compulsassem o rol abundante das promessas incluídas no respectivo manifesto eleitoral, que eram, afinal, e apenas, manifestamente eleitoralistas...
Mas, apesar de tudo, estou solidário convosco, designadamente quando consideram que «do ponto de vista das infra-estruturas o Distrito de Leiria perdeu imenso terreno» relativamente a outros distritos ou na vossa preocupação «pelas movimentações dos grandes interesses especulativos e imobiliários no sentido de pressionar o Governo para a localização do novo aeroporto em Rio Frio».
Como sabem, a fraqueza do Governo face aos interesses privados de grandes grupos económicos é também uma grande preocupação do PSD e é reconfortante verificar
que, pelo menos, três Deputados do PS partilham das nossas dúvidas e perplexidades nesta matéria.
Finalmente, quero sublinhar que desejo, sinceramente, aos Srs. Deputados que subscreveram o mencionado documento, o maior sucesso nas diligências e influências que possam ainda desenvolver junto do seu Governo, para que
se recupere, em 1999, o investimento de que o distrito de Leiria foi injustamente espoliado desde 1995.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Henrique Neto.

O Sr. Henrique Neto (PS): - Sr. Presidente, começaria por saudar o Sr. Deputado Poças Santos pela sua preocupação para com os problemas de Leiria - concordo com
algumas das coisas que disse - e pelo facto de ter vindo a esta Câmara comentar as iniciativas dos Deputados do Partido Socialista por esse distrito. Acho mesmo muito útil que o Sr. Deputado tenha vindo tecer elogios ao manifesto dos Deputados do PS pelo círculo de Leiria, que foi recentemente publicado, iniciativa essa que revela, aliás, uma grande capacidade de independência e de adesão à defesa dos interesses da região, a qual, infelizmente, nunca foi visível no passado em relação aos Srs. Deputados do PSD.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador- - Por outro lado, diria que o Sr. Deputado podia ter sido um pouco mais rigoroso, nomeadamente quando disse que estava escrito que o distrito de Leiria teria sido marginalizado, esquecendo-se de dizer aquilo que o documento diz: «(...) por todos os governos, nos últi-

Páginas Relacionadas
Página 2950:
2950 I SÉRIE - NÚMERO 85 herdades e Garantias, relativo ao projecto de lei n.º 399/VII - Di
Pág.Página 2950
Página 2951:
27 DE JUNHO DE 1998 2951 167/VII, tal como já o havia feito em 22 de Maio passado na votaçã
Pág.Página 2951