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2874 I SÉRIE - NÚMERO 80

Devo dizer-lhe que, verdadeiramente, o Sr. Deputado nada disse no discurso que acabou de produzir perante esta Câmara.

Risos do PSD.

E se isto foram as conclusões do Congresso do PSD, bem poderemos retirar daí a ilação de que durante três dias os senhores debateram as questões internas, mas não tiveram preocupações para com o País e não foram capazes de encontrar uma única solução, uma única ideia, um único projecto para responder às questões que se colocam hoje em Portugal.

Aplausos do PS.

Nós, de resto, já tínhamos essa dúvida em relação à nova liderança do PSD, porque há muito que vimos construindo a noção de que a nova liderança do PSD tem um excesso de gravidade e insuficiência de ideias. Tem muita pose e pouco projecto,...

O Sr. Moreira da Silva (PSD): - Falso!

O Orador: - ... foi construindo um percurso com base na gestão de muitos silêncios, mas o silêncio pode permitir a emergência de uma imagem. O silêncio nunca dará origem ao surgimento de um verdadeiro projecto mobilizador para Portugal.

Aplausos do PS.

E o discurso que o Sr. Deputado aqui fez foi bem a demonstração desse vazio, dessa total inanidade do ponto de vista programático e do ponto de vista das ideias. O discurso que o Sr. Deputado aqui fez poderia ter sido feito há 10 anos e poderá, provavelmente, voltar a ser feito daqui a 10 ou 15 anos; considerações genéricas, reiteração dos grandes princípios orientadores da acção do Partido Social-Democrata - muitos deles demonstrados,, depois postos em causa na prática governativa do PSD quando teve oportunidade de a levar a cabo neste País durante muitos anos -, e nada mais!
Sobre o País, o Sr. Deputado colocou-se - para usar uma metáfora simples - como uma espécie de médico que faz, em primeiro lugar, um mau diagnóstico da situação, e, em segundo lugar, reconhece à partida que não tem qualquer terapêutica para atender aos problemas com que o País se possa confrontar. Reconheceu, claramente, que não tem soluções. Aliás, isso vem na sequência daquilo que foi uma das mais curiosas declarações do Dr. Durão Barroso no Congresso-que foi, de resto, ao que parece, muito aplaudida -, no sentido de dizer que o PSD dentro de quatro meses, finalmente, terá um projecto para Portugal, o que nos leva, até, a concluir que no Congresso do PSD não elegeram verdadeiramente uma comissão política para liderar o partido mas uma espécie de gabinete de estudos para analisar os problemas do País e tentar encontrar soluções para Portugal.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, é muito pouco para um partido que tem uma enorme responsabilidade na vida nacional!
Temos um profundo respeito pelo PSD, pelo que o PSD representa e temos noção da importância do contributo que o PSD tem de dar para o debate político nacional. Por isso, é com grande preocupação que continuamos a assistir a este resvalar contínuo do PSD, que, de Congresso em Congresso, se vai encaminhando para um vazio, cada vez mais absoluto, que o impede de se constituir numa alternativa verdadeiramente credível, válida e susceptível de gerar uma ampla mobilização na sociedade portuguesa.
O mesmo se deve dizer em relação às questões europeias.
Tenho uma enorme estima pessoal e intelectual pelo Sr. Dr. Deputado Pacheco Pereira, mas, até aqui, ainda não vi o Sr. Deputado Pacheco Pereira enunciar qualquer ideia acerca das questões europeias. Já fez várias reivindicações, já falou sobre o modus faciendi destas eleições, mas, até aqui, sobre a Europa, a única ideia que o Sr. Deputado Pacheco Pereira trouxe para o debate político foi a de dizer que a Europa precisa de ideias novas, mas não trouxe, ainda, qualquer ideia em concreto, nenhuma ideia para que se possa saber qual é o conjunto de princípios, de programas, de orientações e de projectos que o PSD preconiza em matérias europeias.
Também penso que esse debate é fundamental e também entendo que o momento ideal para o travar é este em que vão ter lugar eleições europeias, mas é essencial que se passe da questão meramente formal e se comece a debater aquilo que nos aproxima e aquilo que nos afasta em tomo da substância das questões.

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente. Em suma, neste Congresso, o PSD olhou para dentro, proeurou resolver as suas questões internas. Se as resolveu ou não, é uma questão que só o futuro dirá.
Mas neste Congresso o PSD, uma vez mais, revelou-se totalmente incapaz de olhar para Portugal e de encontrar soluções para as questões que se colocam aos portugueses.

Aplausos do PS.

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Para defesa da consideração, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Terá de ser no final, Sr. Deputado. Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Capucho.

O Sr. António Capucho (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco de Assis, antes de mais nada, agradeço os seus cumprimentos, mas lamento dizer-lhe, para começar, que não percebo como pode permitir-se dizer que eu nada disse do alto daquela tribuna. Talvez nada do que disse lhe tenha agradado a si e à sua bancada...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É porque, manifestamente, se eu nada disse, não percebo para quê tanto nervosismo da bancada de V. Ex.ª...

Aplausos do PSD.

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