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2876 I SÉRIE - NÚMERO 80

O Orador: - Seja como for, gostaria de esclarecer um tema, que, aliás, também me foi colocado pelo Sr. Deputado Francisco de Assis e que é o seguinte: era totalmente irresponsável da parte do partido e da moção subscrita pelo Dr. José Manuel Durão Barroso apresentar um programa eleitoral de governo poucos dias depois de ter sido confrontado com o vazio de poder dentro do Partido Social-Democrata.

Vozes do PS: - Ah!...

O Orador: - Mas não perdem pela demora! De resto, o Partido Socialista, que, por vezes, se mostra um discípulo fiel de Maquiavel, sabe que o bem deve ser feito a pouco e pouco. E, portanto, daqui até ao início de Setembro, terá conhecimento das nossas propostas, credíveis, realistas e calendarizadas, para os problemas do povo português.
Em relação à renovação, o Sr. Deputado, evidentemente, pode não gostar de determinadas caras que fazem parte dos órgãos nacionais do PSD, mas a renovação ocorreu. Não ocorreu como o Partido Socialista faz, para «agradar a gregos e a troianos», quando, por exemplo, para cumprir as quotas, alarga os órgãos à medida dos pedidos de entrada nos seus órgãos do Partido Social-Democrata.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Podíamos ter feito isso, mas não fizemos! Portanto, não foi possível «agradar a gregos e a troianos», mas fizemos uma renovação, que é patente e notória.
Sr. Deputado, não procuramos a bipolarização pela bipolarização. Temos um projecto que é governar Portugal e manifestamo-nos como alternativa credível para governar o País.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Queiró.

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Capucho, como deve calcular, ouvimos a sua intervenção com a maior atenção e até com a maior expectativa, mas - devo dizer-lhe - uma expectativa, apesar de tudo, já não tão grande quanto aquela com que assistimos ao Congresso deste fim-de-semana, porque V. Ex.ª não veio aqui trazer nada de novo nem nada que fosse mais consistente do que aquilo que lá foi dito.
No entanto, disse-nos outras coisas importantes, que merecem aqui um comentário. A primeira é esta: V. Ex.ª disse que a estratégia que aprovaram no vosso Congresso não traduz um programa eleitoral nem um programa de governo. Ó Sr. Deputado, a primeira coisa que lhe quero dizer é que demos bem conta disso!

Risos do CDS-PP e do PS.

Na verdade, não constituiu nem um programa de governo nem um programa eleitoral! Foi um diagnóstico da situação! Tantas vezes aqui fizemos juntos esse diagnóstico, Sr. Deputado!

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Essa agora foi forte!

O Orador: - O Sr. Dr. José Manuel Durão Barroso, hoje líder do partido, a quem aproveito para cumprimentar democraticamente, como é óbvio, referiu-se e reflectiu muito sobre os anseios e os problemas das crianças, dos jovens, dos idosos, dos deficientes, dos funcionários públicos, dos pensionistas...

O Sr. José Junqueiro (PS): - E vai estar assim a reflectir até Setembro!

O Orador: - De facto, reflectiu isso tudo! E basta até ler os jornais para fazer reflexões assim! Mas, na realidade, depois, soluções concretas prometeu-as para daqui a 120 dias. Isso é que para nós é extraordinário!
Sr. Deputado, quero dizer-lhe o seguinte: da nossa parte, temos respostas para todos esses problemas e para todos esses anseios que foram diagnosticados pelo Sr. Deputado Durão Barroso no Congresso. E mais: vamos apresentá-las, e não precisamos de quatro meses, precisamos apenas de mais algumas horas, como V. Ex.ª irá ver! E vamos assumir aqui muito do legado daquilo que aqui fizemos em conjunto durante um ano! E aí estão as respostas! E nós assumimos esse legado de esperança, dessa esperança pela qual V. Ex.ª também aqui se bateu. E, com certeza, não quer que lhe leia alguns artigos de jornais, que, à cautela, fui trazendo para aqui,...

Vozes do PSD: -Leia, leia!

O Orador: - ... nem aquilo que o Sr. Dr. Alberto João Jardim diz da vossa nova direcção!
Em segundo lugar, quero dizer-lhe o seguinte: V. Ex.ª, mais uma vez, referiu aqui uma ideia peregrina, que o Sr. Deputado Pacheco Pereira já defendeu, ou seja, o desafio que fez para que houvesse debates a dois. Ó Sr. Deputado, por muita renovação que haja no seu partido, por muitas voltas que dê o seu partido, não podemos deixar de ligar à história do Partido Social-Democrata, e tenho de recordar aqui - e esperava não ter de o fazer - o que se passava no governo de que fez parte o Dr. Durão Barroso, o governo do Dr. Cavaco Silva, que dizia que «recusava os debates a dois e a quatro, porque não estava para promover os dirigentes da oposição».

Vozes do CDS-PP e do PS: - Muito bem!

O Orador: - Eu lembro-me disso, Sr. Deputado! E pergunto-lhe com que legitimidade é que V. Ex.ª vem agora exigir debates apenas a dois e se V. Ex.ª não está apenas a querer, por esta via, evitar a discussão das ideias que não são património vosso, são património nosso, e que temos tanto direito de discutir com VV. Ex.ªs como com o Dr. Mário Soares e com os candidatos a Deputados do PCP, nas próximas eleições e nos programas eleitorais que vamos debater na campanha eleitoral.

O Sr. Silvio Rui Cervan (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, cuidado por que o luto aliviado ainda é cinzento, não é cor de laranja e risonho, como V. Ex.ª o está a fazer!
Em terceiro lugar, quero ainda falar-lhe sobre o voto útil. E sobre o voto útil, Sr. Deputado, quero dizer-lhe o seguinte: V. Ex.ª referiu que o voto dos descontentes que não seja no PSD é um voto perdido. Olhe que não, Sr. Deputado! Não é um voto perdido! E aqui aproveito para recordar-lhe uma frase que ficou no nosso legado, daquilo que eu discuti consigo e com tantos colegas do seu par-

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