O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1026 | I Série - Número 26 | 02 de Dezembro de 2000

 

lizadores paguem preços capazes de gerar algum (ainda que pequeno) excedente de exploração;
Iniciar com base na experiência centenária da empresa com o eléctrico histórico um novo ciclo de exploração do eléctrico (o eléctrico moderno, também chamado de articulado ou metropolitano ligeiro), o qual, pelas suas características, se apresenta como adequado à exploração de trajectos onde os fluxos de passageiros oscilam entre os 3000 e os 12 000 por hora.

8. Para assegurar que as condições de exploração do eléctrico articulado sejam minimamente aceitáveis torna-se, entretanto, necessário, como acontece na maioria das cidade europeias onde este eléctrico e não o eléctrico histórico está a ser desenvolvido, que a maioria dos percursos sejam desenhados em sítio próprio ou aliviados de outro tipo de tráfego, designadamente o transporte individual. Infelizmente no caso da carreira 15 não foi possível, até ao momento, conseguir, por um lado, a boa ocupação do espaço de modo a assegurar velocidades comerciais adequadas e exigidas pela natureza e viabilização deste meio de transporte e, por outro, estender o actual percurso do eléctrico articulado de modo a encontrar a dimensão tecnicamente viável e economicamente rentável adequadas à sua sobrevivência.
9. De facto, na carreira 15, entre Algés e a Praça da Figueira, única em que é possível ter eléctricos articulados, só numa parte menor do seu percurso dispõe de sítio próprio misturando-se na maior parte do trajecto com o restante trânsito. As restantes propostas elaboradas pela Carris para a extensão do eléctrico articulado ou foram afastadas em benefício do metro convencional ou aguardam melhor oportunidade para serem avaliadas. Anota-se que a Carris tem elaborado um anteprojecto onde consta uma rede de eléctricos articulados a ser implantada na cidade de Lisboa e municípios vizinhos.
10. Recentemente quando se colocou em discussão o futuro da carreira 18 de eléctricos vieram a público informações contraditórias que de algum modo desfocaram o quadro em que este assunto deve ser discutido. Estão neste caso a forma, deliberada ou não, como alguns confundiram eléctricos históricos com eléctricos articulados e, os exemplos que, em sequência, foram apresentados e que nada têm a ver com o caso de Lisboa. Citam-se a propósito:

Caso de S. Francisco, onde as linhas de eléctrico histórico são meramente turísticas e onde os seus utilizadores pagam valores que nada tem a ver com o que se passa com os utilizadores habituais do transporte público (na rede de eléctricos da Carris cada utilizador, incluindo os possuidores de passe, paga em média 37$ por viagem a qual custa à empresa, em média, 139$);
As redes de eléctricos que estão a ser construídas nas cidades europeias referem-se a eléctricos modernos e não a eléctricos históricos.

11. Como resulta da informação que anteriormente é apresentada, a rede de eléctricos históricos da Carris é responsável por um agravamento substancial do deficit da empresa. Poderá calcular-se aproximadamente que, se esta rede não existisse, o deficit anual da empresa poderia ser inferior ao actual em cerca de 2 milhões de contos. A empresa tem suportado, com o apoio do Governo e, em alguma medida, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa este deficit. A gestão da empresa é hoje confrontada com a dimensão deste deficit e com a forma de o suportar, particularmente, em um momento em que se torna necessário levar por diante investimentos significativos na linha para garantir a necessária segurança de pessoas e material.
12. Para quem tenha de lidar com a gestão de empresas é evidente que os meios financeiros, disponíveis são sempre limitados e têm normalmente usos alternativos. No caso vertente e face à carência de meios financeiros que possam satisfazer os custos com meios cujo objecto é de natureza eminentemente cultural e turística, o Conselho de Administração estudou hipóteses alternativas que passam:

Pelo eventual encerramento da carreira 18 e afectação dos meios libertados por esse encerramento às restantes linhas, permitindo, simultaneamente, oferecer um melhor serviço nessas linhas e reduzir os custos globais de investimento e de exploração. O serviço prestado pelo eléctrico será, neste caso, substituído pelo serviço de autocarro;
Solicitar à comunidade, à sociedade civil, uma maior contribuição financeira para que esta se empenhe na prática na defesa do que considera um património colectivo de indiscutível valor histórico, cultural e artístico. Cabe neste âmbito a proposta de cada passageiro dos transportes públicos da cidade contribuir com mais um escudo por viagem para apoio à manutenção da rede de eléctricos históricos;
Acelerar na cidade um conjunto de medidas que atribuam uma clara prioridade ao transporte público e que permitam, através de aumento da velocidade comercial dos meios da Carris, reduzir os encargos de exploração da empresa. Calcula-se que cada quilómetro/hora de velocidade comercial adicional conseguido pelos veículos da Carris se traduz numa economia de cerca de 1 milhão de contos nos custos anuais da empresa.

13. A defesa do eléctrico, enquanto património histórico da cidade e do país, exige daqueles que verdadeiramente se empenham nessa defesa a opção por soluções arrojadas que não se limitem a endossar a terceiros o ónus que tais soluções acarretam. A empresa está atenta a essas soluções e quando tiver de decidir fá-lo-á com equilíbrio e bom senso na consideração adequada dos diversos interesses que de forma explícita ou implícita enquadram a questão da sobrevivência do eléctrico histórico na cidade de Lisboa.

Entraram durante a sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Social Democrata (PSD):
Eduardo Eugénio Castro de Azevedo Soares
Henrique José Monteiro Chaves
Maria Manuela Dias Ferreira Leite
Mário Patinha Antão
Rui Manuel Lobo Gomes da Silva

Partido Popular (CDS-PP):
Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia

Páginas Relacionadas
Página 1000:
1000 | I Série - Número 26 | 02 de Dezembro de 2000   do que a política deve
Pág.Página 1000
Página 1001:
1001 | I Série - Número 26 | 02 de Dezembro de 2000   cio desse mandato e o e
Pág.Página 1001