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1217 | I Série - Número 031 | 24 de Janeiro de 2001

 

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, dou-lhe a palavra, não por essa razão, mas por outras frases que o Sr. Deputado proferiu!

Risos.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, provavelmente, a frase que invoquei foi a primeira das que depois foram proferidas, pelo que terei ficado incapaz de ouvir as restantes!

O Sr. Francisco de Assis (PS): - A isso chama-se autismo!

A Oradora: - Não, isso seria surdez!
Sr. Deputado Francisco de Assis, pelo que ouvi, no final da sua intervenção pediu-nos uma linguagem de verdade, de rigor, de lealdade, coisa que os senhores não tiveram durante seis anos!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PS: - Oh!

A Oradora: - Durante seis anos, os senhores enganaram, pura e simplesmente, quem pretendem que seja ouvido!
O Sr. Deputado Francisco de Assis referiu os cartazes. Sr. Deputado, não vai com certeza falar dos seus cartazes nem da verdade que lá estava!?… Também não vou discutir os cartazes; a única coisa que vou dizer é que a verdade sobre a situação económica do País é algo que ninguém sabe - não sabemos nós, não sabem os senhores, não sabe ninguém! Os senhores não sabem qual é a situação económica do País... E é o senhor que nos vem aqui pedir linguagem de verdade!?
Linguagem de rigor, Sr. Deputado?! Rigor em que aspectos? Em aspectos económicos, estatísticos, de informações que os senhores têm dado?! Onde é que está a vossa linguagem de rigor?!
Pois, Sr. Deputado Francisco de Assis, devo dizer-lhe que se em alguma coisa o PSD é diferente do PS é exactamente na política de verdade! E nós vamos tentar, efectivamente, fazer uma política de verdade! Sr. Deputado, não é possível o senhor querer apresentar-se ao eleitorado não sabendo que receita ou que tratamento vai dar a uma situação que desconhece!
Por isso, o PSD vai lutar para que haja uma situação de verdade, para dizer aos portugueses, com verdade e com rigor, qual é a receita necessária para que Portugal consiga progredir. Se o senhor pensa que isso nos vai deixar mal vistos em instâncias internacionais, eu, pessoalmente, julgo rigorosamente o contrário! Não é possível o País avançar perante as instâncias internacionais, pedindo-lhes alguma complacência, se eles não virem em nós uma postura de seriedade. Ora, neste momento, essa postura de seriedade não existe no Partido Socialista!

Aplausos do PSD.

O Partido Social Democrata irá ter, perante todo o povo português, uma postura de seriedade, a qual implicará que a verdade venha ao de cima, doa a quem doer! Estou convencida de que a reacção é bem menor se a verdade for a que deve ser do que se for totalmente encoberta, porque já toda a gente percebeu que as vossas palavras não passam de palavras. Ninguém acredita no conteúdo das frases que o Sr. Deputado Francisco de Assis acabou de proferir!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PSD): - Sr. Presidente, como é evidente, não ofendi em nada a honra do PSD, mas compreendo que a Sr.ª Deputada tenha usado essa figura regimental para procurar responder à minha intervenção.
Em relação à questão essencial, veio corresponder ao apelo que fiz. De facto, o apelo que fiz foi no sentido de falarmos uma linguagem de verdade e de rigor, de apresentarmos com clareza as nossas soluções e não andarmos, num dia, a dizer que vamos privatizar a Caixa Geral de Depósitos, depois que já só a vamos privatizar parcialmente e depois que já não sabemos verdadeiramente o que é que vamos fazer! Não andemos, num dia, a dizer que temos uma posição em relação à segurança social e, no dia seguinte, que temos uma posição completamente distinta! Essa é que a exigência que se nos coloca a todos.
Neste momento, o País exige isso dos vários partidos políticos, e o PS está empenhado nisso. Não nos devemos distinguir por falar mais ou menos verdade; devemos distinguir-nos por termos soluções diferentes para os problemas com que o País se defronta! Creio que é esta, neste momento, a expectativa do País relativamente à acção dos vários partidos políticos e, se me permitem, até em especial daqueles que verdadeiramente têm perspectivas de se alcandorar ao exercício de funções governamentais, pelo menos de um ponto de vista de liderança.
É por isso, Sr.ª Deputada, que aqui vim fazer este apelo, na sequência do que tem sido a intervenção do Dr. Ferro Rodrigues. Ele estabeleceu, com clareza, uma linha de orientação ética na sua intervenção cívica e política. Ele entende que é necessário e fundamental usar permanentemente dessa linguagem de rigor e de verdade. Não iludamos as dificuldades e os problemas! E não iludamos também a natureza das soluções que apresentamos tendo em vista a resolução desses problemas!
Mas, se me permite que lho diga, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, ir até às últimas consequências nisto tudo, da sua parte, significaria ter-me dado razão em relação ao motivo que me levou a fazer aqui esta intervenção em relação aos tais cartazes que o PSD vai colocar por todo o País. Os cartazes têm o valor que têm, mas têm um valor simbólico muito importante. O que está em causa é uma atitude. O gesto e a atitude que o PSD evidencia ter para com o País ao apresentar estes cartazes é verdadeiramente inaceitável no contexto da democracia em que vivemos. O que o PSD demonstra, com essa atitude, é que não quer clarificar, mas confundir, é que não quer propor nada, mas apenas seguir por esse caminho de «bota-abaixo» permanente, como já foi tão bem caracterizado. E é esse caminho que não aceitamos!

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