O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2154 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002

 

no passado, e com isso quis dizer ao Parlamento que não nos compete discutir o Orçamento, compete-nos apreciar como um hermeneuta os detalhes das frases, dos comunicados de imprensa da Comissão Europeia, para saber se estamos a ser bem entendidos, bem aceites ou mal aceites e para saber "se cumprimos ou não".
Portugal deixa de ter política, deixa de ter Orçamento e limita-se, na versão que aqui nos apresentou, a seguir as regras que a própria Comissão Europeia, entretanto, vai pondo em causa.
Falou-nos, no entanto, de duas matérias: política social sobre pensões, (já lá volto!) e anunciou-nos a grande reforma do imobiliário - aliás, esta em condições tais que se ficou a perceber que, nada dizendo sobre o assunto e atrevendo-me eu a antecipar que amanhã nada dirá sobre o assunto, o Sr. Primeiro-Ministro não tem, neste momento, a mais pequena ideia do que pretende que seja a reforma do imobiliário... Caso contrário, amanhã teremos a apresentação das suas linhas gerais.
O Sr. Primeiro-Ministro veio, simplesmente, dizer-nos que temos de fazer o que a Comissão Europeia entenda, mesmo quando ela contesta os critérios que tem vindo a seguir, e que temos de ter um Orçamento mau e aceitar um mau Orçamento, porque antes as coisas já estavam mal e talvez venham a ficar pior.
Sr. Primeiro-Ministro, as suas fugas em frente são sempre corridas para o passado, são sempre corridas para trás. E esse é, talvez, o grande problema deste Orçamento!
Este Governo propões-nos no fim desta gestão orçamental uma certeza: Portugal, de "tanga", terá mais estádios, mais lantejoulas, mais casinos, alguns deles até sem pagarem impostos, como aquele que Alberto João Jardim quer concessionar na Madeira; terá no entanto, mais pobres e mais desempregados.
Em vez de modernização, Sr. Primeiro-Ministro, teremos mais atraso; em vez de reforma teremos passividade cúmplice, que é o que temos tido; em vez de transparência e verdade, aliás, teremos sempre estes acordos secretos que são tão difíceis de explicar.
No entanto, diz-nos que Portugal está no bom caminho e que basta a palavra para nos tranquilizarmos. Ora este orçamento comete cinco erros que estão no mau caminho.
Em primeiro lugar, não é um orçamento verdadeiro. Parafraseando a Ministra das Finanças "este Orçamento é uma pura fantasia".

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Muito bem!

O Orador: - Se considerarmos os cerca de 300 milhões de euros da dotação provisional não distribuída ou os 454 milhões de euros da cativação, perceberemos que o total da despesa autorizada, no total do sector público administrativo, conduz a um défice de 3%, apesar de nos dizer que é de 2,4%. Afinal a verdade - "curioso número"... - é que o défice é de 3%.
Então, das duas uma: ou procedem a uma maquilhagem muito grave das contas deste orçamento ou nunca tencionam utilizar as verbas que ficam cativas e esta dotação provisional, assim, a cativação é uma guilhotina e por isso teríamos de discutir o verdadeiro orçamento e não o falso orçamento. Ou o orçamento é falso ou não se aplica e o Sr. Primeiro-Ministro está entre uma e outra.
Em segundo lugar, este orçamento aumenta os impostos, aumenta injustificada e inaceitavelmente os impostos, aumenta da forma mais grave em relação aos que são mais vulneráveis - e bem nos pode dizer, Sr. Primeiro-Ministro, da sua preocupação com os pobres e dos resultados que começam a sentir... O senhor sabe que no fim do ano os pobres saberão o que têm, os pobres saberão quando estão desempregados, os pobres saberão das dificuldades dos seus filhos e estas declarações de hoje não deixarão de ser contadas e medidas nessa altura.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Orador: - Por isso, vem a sua política social!... Este aumento de menos de 0,5 euros por dia, que nos anuncia no aumento das pensões de reforma, permite, sem dúvida, comprar cinco carcaças, uma para o pequeno-almoço, uma para o almoço, uma para o lanche, uma para o jantar e - grande generosidade do Governo!!... - sobra uma para a ceia! Esta é a medida exacta da sua proposta.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Orador: - Terceira razão: o Orçamento agrava a crise porque destroça o investimento público, porque vai permitir o desbarato do património. Com esta política, temos a perturbação de uma câmara municipal, da Reitoria da Universidade de Lisboa e de algumas escolas que vão ser vendidas, neste desbarato do património, a tentar interromper (alunos e professores em aulas ou câmaras municipais com interesse urbanístico na zona) esta corrida para o abismo.
Quarta razão: o erro deste Orçamento não é só gastar de mais, é gastar muito mal e gastar de mais onde não era preciso e onde é errado gastar de mais!!
Falou-nos do Euro 2004 e protestou por causa do exemplo contra esta constatação de que são aumentadas, em 32,8%, as dotações para o Euro 2004. Sr. Primeiro-Ministro, na circunstância em que se decidiu erradamente construir estes 10 estádios, só queremos garantir que o Estado não paga nem mais um cêntimo além dos seus compromissos originais.
Por isso, a nossa proposta é esta: face a um Governo em relação ao qual temos todas as razões para suspeitar do seu facilitismo nesta matéria, não se pode sair do compromisso original.

Protestos do PSD.

Foi o Sr. Primeiro-Ministro que esteve na reunião para resolver os problemas fiscais de um certo clube, como utilizou, aliás, na campanha eleitoral...
Diz-nos o Sr. Primeiro-Ministro a este respeito que quando a oposição não tem argumentos lembra-se sempre da Madeira... Disse-nos com sentida indignação e diz-nos ainda: "Mas acreditam mesmo em tudo no que lêem nos jornais?". Não, Sr. Primeiro-Ministro! Se eu acreditasse em tudo o que leio nos jornais até me poderia passar pela cabeça que tinha qualquer laivo de credibilidade o argumento que o seu gabinete fez filtrar este fim-de-semana

Páginas Relacionadas
Página 2114:
2114 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   admitidas, as seguintes
Pág.Página 2114
Página 2115:
2115 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   da verdade, do rigor, d
Pág.Página 2115
Página 2116:
2116 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Segundo: o
Pág.Página 2116
Página 2117:
2117 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   É um Orçamento cujo déf
Pág.Página 2117
Página 2118:
2118 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PSD e do CD
Pág.Página 2118
Página 2119:
2119 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Honório Novo (PCP
Pág.Página 2119
Página 2120:
2120 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Portanto, faltando à ve
Pág.Página 2120
Página 2121:
2121 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   falar na questão da con
Pág.Página 2121
Página 2122:
2122 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Permita-me, também, que
Pág.Página 2122
Página 2123:
2123 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   à posição do Partido So
Pág.Página 2123
Página 2124:
2124 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   própria Comissão Europe
Pág.Página 2124
Página 2125:
2125 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PSD e do CD
Pág.Página 2125
Página 2126:
2126 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Foi propaga
Pág.Página 2126
Página 2127:
2127 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Protestos do PCP.
Pág.Página 2127
Página 2128:
2128 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   que vai manter, renovar
Pág.Página 2128
Página 2129:
2129 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Sr. Presidente, se me d
Pág.Página 2129
Página 2130:
2130 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   faz que as áreas escolh
Pág.Página 2130
Página 2131:
2131 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   mas esqueceu-se que est
Pág.Página 2131
Página 2132:
2132 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Tem a palavra, Sr. Depu
Pág.Página 2132
Página 2133:
2133 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   aligeirar a carga fisca
Pág.Página 2133
Página 2134:
2134 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Guilherme Silva (
Pág.Página 2134
Página 2135:
2135 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   que tomámos a favor da
Pág.Página 2135
Página 2136:
2136 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Lino de Carvalho
Pág.Página 2136
Página 2137:
2137 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   feito aqui e o que a Sr
Pág.Página 2137
Página 2138:
2138 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   página III-19 e a compa
Pág.Página 2138
Página 2139:
2139 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Fernando Pedro Mo
Pág.Página 2139
Página 2140:
2140 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PS. É
Pág.Página 2140
Página 2141:
2141 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Mas a Sr.ª Deputada tam
Pág.Página 2141
Página 2142:
2142 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Risos do PSD e do CDS-P
Pág.Página 2142
Página 2143:
2143 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   A Oradora: - Era isto q
Pág.Página 2143
Página 2144:
2144 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   e de correcção dos dese
Pág.Página 2144
Página 2145:
2145 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Mas sejamos
Pág.Página 2145
Página 2146:
2146 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   rendimento disponível,
Pág.Página 2146
Página 2147:
2147 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   No que concerne aos pag
Pág.Página 2147
Página 2148:
2148 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Jorge Neto (PSD):
Pág.Página 2148
Página 2149:
2149 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   fugir à tradição, depoi
Pág.Página 2149
Página 2150:
2150 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   efeitos negativos de um
Pág.Página 2150
Página 2151:
2151 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   aqueles que não compree
Pág.Página 2151
Página 2152:
2152 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Despesas em Bens e Serv
Pág.Página 2152
Página 2153:
2153 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Sr.ª Minist
Pág.Página 2153
Página 2155:
2155 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   de que Alberto João Jar
Pág.Página 2155
Página 2156:
2156 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   propostas de lei de Orç
Pág.Página 2156