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0044 | I Série - Número 014 | 20 de Outubro de 2006

 

- o Partido Socialista -, a reboque de uma extrema esquerda velha de causas (?) e retrógrada nas posições, resolve propor a alteração da Lei sobre Interrupção Voluntária da Gravidez actualmente em vigor em Portugal.
O Partido Socialista tomou uma opção errada. Ao invés de combater o envelhecimento da população, de provocar o aumento da produção a médio/longo prazo, de potenciar, portanto, o aumento da natalidade, promovendo e premiando os nascimentos, facilitando a vida às famílias, mas também às mães solteiras e às mães separadas, dando incentivos às empresas no apoio às empregadas com filhos, concedendo facilidades em sede de IRS e de IRC, criando infantários e creches, promovendo condições especiais para as famílias numerosas, criando, no fundo, a ideia junto das populações de que, para assegurar o futuro do País, este precisa de crianças, o PS tomou a opção mais fácil mas errada: alterar a Lei no sentido de facilitar o aborto.
Todos o sentem mas poucos o dizem. Esta é apenas a fase 1 do que se segue: Fase 2 - os casamentos de homossexuais, em breve; Fase 3 - a adopção de crianças por casais homossexuais; depois, Fase 4 - a eutanásia, logicamente no fim.
Iniciou-se agora a primeira fase da "cultura da morte" como lhe chamou José António Saraiva em oportuno editorial do semanário Sol, recentemente publicado.
Assistimos hoje, quase impotentes, a uma verdadeira campanha que começou no dia imediatamente a seguir à derrota dos defensores do aborto no referendo, realizado há 8 anos atrás. E que não descansaram enquanto não conseguiram trazer este assunto, de novo, para as primeiras preocupações dos actuais responsáveis políticos.
Uma campanha que, mais do que ser uma desculpabilização do aborto, é uma verdadeira promoção do aborto.
E o que pretendem o PS e todos aqueles que apoiam ou facilitam a chamada "interrupção voluntária da gravidez", que, de "interrupção", diga-se, apenas tem o nome? Precisamente a desculpabilização do aborto, o facilitar da sua pratica porque, agora, será mais fácil e deixou de ser crime, ou seja, a pura e simples ilusão de que o caminho que a sociedade deve seguir é o da vulgarização do aborto.
Esta vulgarização, firmemente defendida pelo PS, pelo BE, pelo PCP e por Os Verdes, e facilitada inconscientemente por outros, corresponde, no seu entender, àquilo que é uma posição política de "esquerda", da "esquerda moderna" (imagine-se!), como o Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates, gosta de referir.
E é assim, de forma ligeira, apelando à parte emotiva da população, a pretexto das mulheres que vão ser julgadas por crime de aborto, que a população portuguesa, pouca atenta e objecto de uma verdadeira e permanente campanha de intoxicação, vai sendo, de novo, enganada por estes arautos dos "novos tempos" e das "novas liberdades".
A tal "esquerda" moderna, pretensamente de causas, orgulha-se (pasme-se o ridículo!) de ser a obreira da referida "cultura da morte".
Que podemos, pois, pensar desta "esquerda"? Em primeiro lugar, a simples constatação que, de verdadeiros valores de esquerda, nada tem.
Em segundo lugar, que estas posições envergonham aquela que é, por toda a Europa, a verdadeira esquerda, aquela que está do lado da vida, dos Direitos Fundamentais do Homem (entre eles o constitucionalmente consagrado Direito à Vida, agora totalmente negado).
A "esquerda" portuguesa não compreendeu, e quando o fizer será tarde, que o actual estado das coisas não se compadece com "brincadeiras legislativas" em que a vida de mães e de nascituros está em jogo. Que o País não pode esperar, sob pena de desaparecer, de "morrer de velho".
A "esquerda" preferiu, como dissemos, o caminho mais fácil, mas mais perigoso. Ao invés de se bater pela vida, por uma sociedade mais jovem, pelo futuro do nosso País, apenas assegurável com mais nascimentos, com mais crianças, com mais mão-de-obra, com mais trabalho, a "esquerda" escolheu o outro lado: o da morte, o da facilitação desta verdadeira "cultura negra" que parece tê-la cativado de forma irremediável.
Triste "esquerda" esta! Pobres "valores" estes os que defende!
O nosso voto enquanto Deputados nesta matéria, seguramente a mais importante de todas quantas nos irão surgir no decorrer do nosso mandato, não pode estar de forma alguma associado a esta visão da sociedade. Que não é a nossa. Que não partilhamos. Que não trará nada de bom para Portugal e para os Portugueses. Daí o nosso voto contrário à convocação de um referendo para descriminalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez. Porque, enquanto ecologistas humanistas, somos pela vida!

O Deputado do PSD, Pedro Quartin Graça.

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Sobre o inquérito parlamentar n.º 1/X:

Estamos perante uma matéria de extraordinária importância no âmbito de um Estado de Direito democrático, ainda que surgida por força de um triste episódio como foi o famoso caso do "envelope 9".

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