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7 | I Série - Número: 100 | 28 de Junho de 2008


O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Portugal tem um problema com os exames e com os seus resultados. A solução não é ensinar melhor ou estudar mais. A solução, com este Governo, é exigir menos e produzir exames cada vez mais fáceis.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Para a Sr.ª Ministra da Educação, as faltas não contam, as provas de aferição não validam os conhecimentos e os exames avaliam o menos possível. O objectivo é, obviamente, produzir estatísticas felizes. O problema é que essas estatísticas pouco ou nada têm a ver com o grau efectivo de conhecimento, de cultura, de inteligência de crítica, de raciocínio crítico adquirido pelos estudantes ao longo do ano.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O que é que já sabemos sobre as provas de aferição e sobre os exames nacionais deste ano? Algo que devia preocupar criticamente todos nós.
Primeiro, o nível de exigência foi reduzido ao mínimo. Não pode ser um acaso que quase todos os exames sejam considerados pelas sociedades científicas, pelos alunos, pelos professores, pelas famílias, como fáceis, às vezes facílimos.
Segundo, usou-se e abusou-se da técnica de fazer perguntas sobre matérias de anos anteriores, e até de ciclos de ensino anteriores.
Terceiro, é evidente o recurso a questões que não aferem exactamente os conhecimentos, a cultura ou a inteligência crítica adquiridas mas apenas saber utilizar a calculadora ou ter lido meras fichas de leitura sobre clássicos.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Quarto, estudantes de 15 anos são confrontados com perguntas acessíveis a um estudante de 10 anos e estudantes de 10 anos são confrontados com perguntas resolúveis por estudantes de 7 ou 8 anos.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, não vale a pena estar a dar mais exemplos do que aqueles que, infelizmente, o País conhece nesta matéria. Mas é evidente que quando numa prova de Matemática do 6.º ano, em 2008, se faz uma pergunta igual à da prova de Matemática do 4.º ano, em 2007, o nível de exigência foi reduzido.

Aplausos do CDS-PP.

Quando num exame de Português se fazem perguntas que incidem sobre matérias do 6.º ano, é evidente que se minimiza o esforço e quando se pede a um estudante que diga, numa prova, se o anúncio da venda de um cachorro é para vender um cachorro, é evidente que as obviedades se transformam em facilidades.

Aplausos do CDS-PP.

Do nosso ponto de vista, é muitíssimo preocupante que o Governo pretenda atingir, com esta política, alguns objectivos.
Naturalmente, muitos pais sentem-se, neste momento, descansados, muitos estudantes estarão aliviados.
Porém, pais, estudantes e professores são cidadãos e pensam, perguntam-se a si próprios se exames demasiado fáceis preparam alguém para uma vida que, obviamente, é difícil e se valeu a pena empenhar tantas horas a estudar – por exemplo, aqueles alunos que trabalham mais e que estudam mais. E os

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