40 | I Série - Número: 103 | 5 de Julho de 2008
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E a sua omissão?!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — … sobre a concepção do PCP acerca da democracia.
Sr. Deputado, não se pode levar a hipocrisia política e moral a tal ponto…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A sua!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — … que se queira que uma Assembleia se congratule com a libertação de alguém sem, ao mesmo tempo, condenar a prisão, o sequestro ilegítimo desse alguém.
Aplausos do PS.
Esse é que é o ponto, Sr. Deputado! Não extraí do projecto de voto do PCP nada que nele não estivesse.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Extraiu, extraiu!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não diga isso!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Agora, para mim, o terrorismo, o uso de métodos terroristas que põem em causa os direitos das pessoas não é desculpável porque outros usam métodos que são também ilegítimos ou ilegais. Os terroristas e os actos terroristas são condenáveis em si próprios.
Protestos do PCP.
O que verifico, e com isto termino, Sr. Presidente, é que o PCP, Partido Comunista Português, repito, português, parece ter receio de acompanhar a Assembleia da República portuguesa na condenação da natureza terrorista e dos métodos terroristas das ditas «Forças Armadas», ditas «Revolucionárias», da Colômbia.
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos, então, proceder à votação do voto 160/X — De congratulação pela libertação de Ingrid Betancourt e de 14 outros reféns detidos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (PS, PSD e CDS-PP).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do PSD, do CDS-PP, do BE, de Os Verdes e de 1 Deputada não inscrita e votos contra do PCP.
É o seguinte:
Voto n.º 160/X De congratulação pela libertação de Ingrid Betancourt e de 14 outros reféns detidos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
A libertação de Ingrid Betancourt, sequestrada durante seis anos e meio pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), é motivo de satisfação para todos os defensores da liberdade e da democracia.