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48 | I Série - Número: 108 | 18 de Julho de 2008

especialistas ou através das reflexões dos próprios estudantes. Portanto, o Estado não tem cumprido esse dever.
O Sr. Deputado diz que discorda de uma solução que eu proponho, que é o encerramento compulsivo das instituições. Jamais me ouvirá dizer uma coisa dessas.
Agora, cumprimento-o por estar de acordo com uma solução que, penso, é o caminho que temos de percorrer, que é a constituição de redes regionais de ensino superior (politécnico e universitário) reforçando a coesão nacional. Isso sim! Ó Sr. Deputado, eu propus isto nesta Casa na governação do Partido Socialista e de António Guterres!

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Luísa Mesquita (N insc.): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Na altura o Partido Socialista discordava totalmente dessas constituições de redes regionais, salvas raríssimas excepções.
Aquilo que quero dizer-lhe é que o caminho é o entendimento entre politécnico e universidade na procura de formações diferenciadas e não iguais, diversificadas temporalmente, para que criem redes que sejam capazes de aprofundar a massa crítica, que sejam capazes de alguma coesão nacional, de se internacionalizar e responder às necessidades das regiões. O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Luísa Mesquita (N. insc.): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Mas isto não existe no nosso País e se é uma proposta que aí vem, ela que venha depressa, porque pode vir tão tardiamente que já não resolve a confusão que reina na rede pública de ensino superior e, também, na rede privada.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, ao abrigo do artigo 76.º, n.º 2, do Regimento da Assembleia da República, tem a palavra o Sr. Deputado Patinha Antão. Dispõe de 10 minutos.

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Utilizo, pela primeira vez, a prerrogativa excepcional prevista no artigo 76.º do Regimento para apresentar uma declaração política ao Parlamento.
Faço-o, por duas razões: pela natureza do problema que me proponho abordar e porque o pretendo fazer com voz própria, mas inclusiva, em relação ao meu Partido.
O problema é o seguinte: para a opinião pública, há um défice estrutural na qualidade da liderança política do País. Esse défice é considerado a causa principal do nosso empobrecimento relativo na presente década.
A percepção de que também este défice existe no actual Governo levou algum tempo a manifestar-se, mas hoje manifesta-se de forma esmagadora, como relata a sondagem, credível, da Universidade Católica há dias divulgada.
Com efeito, o actual desempenho do Governo é considerado mau ou muito mau por 72% dos eleitores.
Quanto ao estado da economia, ele é considerado mau ou muito mau por 91% dos eleitores, que atribuem as culpas, por ordem decrescente, ao Governo, à crise internacional e à União Europeia. Curiosamente, quando perguntados se outro partido, nomeadamente o PSD, governaria melhor, 54% dos eleitores entendem que não.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em política, o que parece é, e percepções são factos. Devemos ser humildes perante os factos, como bem gosta de recordar o Deputado Manuel Alegre, mas não devemos ter medo de existir e combatê-los, como bem soube apontar José Gil.
O estado da economia no próximo futuro vai ser pior do que há meses se esperava. Disso dá conta a nova previsão do Banco de Portugal para o presente biénio, anteontem divulgada.
O que hoje vende é o pessimismo. Nos media, a renúncia a combatê-lo não é negação de liderança, é afirmação de lucidez. E, no entanto, o combate ao pessimismo é a melhor oportunidade de uma futura liderança se afirmar quando já nada se espera da actual.

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