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36 | I Série - Número: 007 | 2 de Outubro de 2008

Sr. Deputado, vou falar-lhe apenas de uma questão concreta que gostaria que, um dia destes, me pudessem esclarecer. Na segunda-feira, no âmbito das Jornadas Parlamentares, estive com cerca de 100 pensionistas da freguesia de Ronfe, que o Sr. Deputado bem conhece. Uma das pensionistas, entre muitos outros exemplos que lá nos foram referidos, disse-nos o seguinte: «Trabalhei 43 anos na indústria têxtil,…» — é uma vida, ainda é relativamente nova, mas começou a trabalhar cedo — «…até à véspera da minha reforma a segurança social dizia-me que a minha pensão ia ser de 437 euros e 22 cêntimos. Tive o azar de me reformar no dia seguinte à publicação da lei em Diário da República. Sabe qual é a nova pensão que a segurança social me comunicou? Foi 367 €, menos 70 €!» O Sr. Deputado ponha-se na «pele» desta trabalhadora e de outras dezenas de milhares de trabalhadores do Vale do Ave e do Vale do Cávado e diga-me se considera correcta esta situação.

Aplausos do PCP.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Este é que é o distrito que não existe!

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, há uma coisa que sei: não há emprego sem empresas, pelo menos na perspectiva da intervenção de hoje.
Como calculará, para nós, no CDS-PP, aquele velho binómio marxista do capital contra o trabalho é conceito do passado. Foi experimentado e não resultou. O mundo laboral não pode viver do conflito.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não, o capitalismo é que está a resultar!... Está-se mesmo a ver!…

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Dá-me licença? O mundo laboral não pode viver do conflito, pelo menos para o CDS, justificadamente. Respeitamos o pensamento do PCP, é normal, mas os senhores estão numa ponta e nós estamos noutra.
Hoje, para o CDS-PP, só faz sentido pensar as empresas como um espaço onde trabalhadores e empresários têm o mesmo objectivo, colaboram e desejam o sucesso dessas empresas para benefício de todos. O fomento do conflito, seguramente, não ajuda a coisa alguma, nem mesmo ao PCP, porque o PCP não desejará viver da crise.
Mas, Sr. Deputado Agostinho Lopes, à parte desta diferença ideológica, que é natural, penso que convergimos quando digo que os problemas de um distrito não se discutem com retórica nem com uma intervenção «quando o rei faz anos», algures, aqui, no Parlamento.
Deste ponto de vista, suponho que o Sr. Deputado reconhecerá, como o reconheço em relação a si, as inúmeras intervenções e iniciativas por nós levadas a cabo a propósito do distrito pelo qual fomos ambos eleitos.
Recordo de memória as jornadas parlamentares do meu partido que também promovi no distrito de Braga e um recente projecto de resolução que redigido e apresentei a propósito do Vale do Ave e do Vale do Cávado, procurando aconselhar o Governo à criação de programas de emprego e de ocupação. É bem verdade que o PCP se absteve, mas, estranhamente, o Partido Socialista votou contra, considerando, certamente, que no Vale do Ave tudo corre bem, sem sequer ter a percepção de como aí o desemprego aumenta muito acima da média nacional — muito acima, em termos que nem sequer são comparáveis.
Lembro também uma deslocação recente ao concelho de Vila Nova de Famalicão, designadamente ao CITEVE, onde pudemos apurar uma realidade um pouco diferente daquela outra que o Primeiro-Ministro, depois de uma outra deslocação ao CITEVE — em boa verdade, entrando directamente para a sala das conferências de imprensa — acabou por anunciar. Quer dizer, no CITEVE, ficámos com uma noção de um concelho e de um distrito que tem problemas de emprego e onde a indústria está em crise, mas ouvimos o Primeiro-Ministro dizer que estava tudo extraordinário e que este Governo era exemplo de grandes sucessos.
Agora, o que lhe pergunto, Sr. Deputado, é isto: em concreto, a propósito do desemprego, como avalia a situação de tantos trabalhadores que, no Vale do Ave (e não só, também no Vale do Cávado e no norte em

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