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29 | I Série - Número: 095 | 25 de Junho de 2009

Só estamos a apoiar desempregados e a melhorar a acção social escolar porque pusemos as contas públicas em ordem — em que os senhores, aliás, não nos apoiaram. Foi pelo facto de termos tido 2,6% de défice orçamental que agora podemos gastar mais dinheiro para apoiar as famílias e os jovens. A isto chamase melhorar o Estado social do nosso país.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — O Sr. Primeiro-Ministro quer discutir contas. Como eu o percebo! Mas os portugueses que nos estão a ouvir, e até os seus Ministros, sabem que, hoje, uma propina tem um valor de cerca de 1000 €. Ora, o Sr. Primeiro-Ministro tem o atrevimento de dizer aos portugueses que não aumentou?! Ninguém fica descansado porque, sabendo-se o que hoje se paga — e paga-se cada vez mais! —, percebe-se o custo.
É também sobre custos e sobre «contas à Sócrates» que, agora, quero falar-lhe sobre desemprego, porque é a questão mais importante, à qual, aliás, o Sr. Primeiro-Ministro está sempre a fugir.
Ontem e hoje, foram publicados dois relatórios da OCDE. Um, diz que os reformados portugueses são dos mais pobres da Europa e que a medida de ligação das pensões ao factor de sustentabilidade empobreceu os reformados. O segundo relatório diz que, no próximo ano, continuará a aumentar o desemprego.
Ora, os números oficiais já nos dizem que, até Maio deste ano, no prazo de um ano, consigo no Governo, há mais 105 000 desempregados.
Faço-lhe já uma sugestão, Sr. Primeiro-Ministro: substitua o outdoor com a imagem de Vital Moreira que está espalhado pelo País e coloque um outro com uma frase do tipo «Agora é que é a sério! Um dia, vamos fazer a correcção dos 150 000 postos de trabalho que prometemos há quatro anos mais a dos 105 000 desempregos que criámos este ano». Talvez assim as «contas à Sócrates» pelo menos respondessem à prioridade nacional.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, quando nos candidatámos, considerámos a questão do emprego como uma variável económica da maior importância, demos-lhe relevância no nosso programa eleitoral e afixámos um cartaz, mas esse cartaz não dizia o que o Sr. Deputado refere. Só que o Sr. Deputado pretende sempre fazer o spin disso, dizendo «o senhor prometeu criar 150 000 postos de trabalho».

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Ninguçm diria!»

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado sabe bem qual é a diferença! Deixe-me explicar.
O que está escrito nesse cartaz é o seguinte: «Objectivo: 150 000 empregos». É decente da parte de um governo considerar o saldo líquido de emprego como um objectivo de política económica da maior importância.
Mas o Sr. Deputado acha que deve atacar-me pessoalmente, dizendo: «O senhor prometeu 150 000 empregos». Eu defini esse número como objectivo, e respondo por isso. Mas, Sr. Deputado, no final de 2007, a economia portuguesa tinha criado, como saldo líquido relativamente ao início de 2005, 137 000 postos de trabalho.
O Sr. Deputado está, portanto, a exigir, apesar de toda a crise internacional, apesar da maior depressão dos últimos 80 anos, que o Governo devia continuar a aumentar o emprego. Lamento, Sr. Deputado, e devo confessar: este Governo não é capaz de fazer o que nenhum governo no mundo é capaz de fazer, que é aumentar o emprego numa altura de gravíssima depressão económica.

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