107 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Defender a família, defender os mais idosos, defender os mais pobres, defender aqueles com os quais nós temos um compromisso não é defender uma clientela, é defender a nossa honra, a nossa palavra, o nosso compromisso social, que, pelos vistos, o Sr. Ministro não consegue entender.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Mota Soares, quem tomou a iniciativa de lançar, por exemplo, um abono pré-natal, que eu saiba, foi este Governo e,»
Vozes do PS: — É verdade!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças — » inclusive, quem reforçou as deduções em sede de IRS também para famílias com maior número de filhos; quem criou o complemento solidário para idosos foi este Governo;»
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — » quem fomentou o investimento nas creches para apoio á natalidade foi este Governo.
Aplausos do PS.
Portanto, Sr. Deputado Mota Soares, este Governo não pode ser acusado de insensibilidade nas matérias da natalidade e de apoio à terceira idade.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — E de anunciar coisas que não passam do papel?
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Nós temos trabalho feito e, de facto, penso que mostrámos que somos sensíveis a essas áreas.
Sr. Deputado, devo reafirmar que sinto sempre, da parte do PP, que têm nichos eleitorais privilegiados, e quando me refiro a clientelas são clientelas eleitorais, de onde o CDS-PP quer tirar sempre dividendos eleitorais com políticas demagógicas e populistas, sem querer saber se o País tem os recursos, se o País tem as posses, se o País tem a riqueza necessária para suportar esses encargos.
Protestos do CDS-PP.
Aí, o CDS-PP é igual à bancada da minha esquerda: acham que o Estado é um «poço sem fundo», que tudo pode dar e que tudo pode pagar. Não! Não é possível! E esta crise está a mostrar-nos, claramente, que não é possível dar tudo a todos, todo o tempo.
Ora, quanto a Orçamentos e a «Orçamentos pimba», recordo o «Orçamento pimba» que escondeu a realidade, que ignorou o Orçamento real de 2004, empurrou-o para a frente com o Orçamento de 2005, um Orçamento que ficou na história deste País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Gusmão.