O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

51 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

Mas é por isso mesmo que lhe pergunto agora a si, Sr. Primeiro-Ministro, sobre o Orçamento do Estado, que é provavelmente o Orçamento do Estado mais anti-social, mais antifamília e mais antieconomia e antiemprego que tivemos nos últimos anos em Portugal.
É um Orçamento anti-social, porque o Sr. Primeiro-Ministro, ao contrário do que jurou neste Parlamento, se prepara para congelar as pensões mínimas,»

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — » as pensões de quem recebe 189 €, de quem recebe 227 € ou 246 €. Estes portugueses já foram penalizados porque perderam na comparticipação dos medicamentos, mas agora, por causa das suas medidas, Sr. Primeiro-Ministro, vão ver as pensões congeladas! É um Orçamento anti-social, porque os senhores se preparam para, depois de terem contratado com instituições sociais, com a presença, muitas vezes, de membros do Governo nas inaugurações, no lançamento das primeiras pedras — até o Sr. Primeiro-Ministro — , depois de terem assinado contratos com instituições sociais, agora essas instituições vão ser obrigadas a pagar IVA a 23% pelos contratos que assinaram, pagamento do qual estavam dispensadas!

Aplausos do CDS-PP.

Acha que isto é justiça social, Sr. Primeiro-Ministro? Defraudar as expectativas de instituições que dão o seu melhor para fazer um papel que, muitas vezes, é um papel em que se substituem ao Estado?! Mas este é também um Orçamento profundamente antifamília. É um Orçamento que retira as deduções com a educação e com saúde às famílias, mesmo àquelas que têm poucos recursos. É um Orçamento que se prepara para retirar a quem recebe 629 €/mês o direito ao abono de família.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É um Orçamento que retira acção social escolar e retira bolsas de estudo mas, ao mesmo tempo, é também um Orçamento profundamente antieconómico e antiemprego.
Dê-me uma boa razão, Sr. Primeiro-Ministro, numa altura em que o desemprego é tão elevado, para penalizar os trabalhadores independentes que vão passar a pagar, muitas vezes, mais 300 €/mês de prestações sociais.
Dê-me uma boa razão para um trabalhador português que recebe um salário de 700 € passar, muitas vezes, a pagar mais 80 € de contribuições sociais e a ter a sua entidade empregadora a pagar, muitas vezes, mais 90 ou 100 € de contribuições sociais.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Diga-me, Sr. Primeiro-Ministro: vem aqui hoje dizer que não corta nos apoios de quem menos têm?! Por que é que o Sr. Primeiro-Ministro não retira mais àquelas pessoas que, muitas vezes, não querem trabalhar e recebem, ao mesmo tempo, uma mesada do Estado para dar um pouco a quem recebe 246 €/mês e vai ver a sua pensão congelada?!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Diga-me, Sr. Primeiro-Ministro, por que é que não tira mais 120 milhões de euros, por exemplo, às empresas públicas, aos gastos com publicidade, aos consumos intermédios do Estado, para poder dar a quem recebe 629 € e tem filhos um pouco em abono de família.
Diga-me, Sr. Primeiro-Ministro, se este é um Orçamento que tem uma visão social.

Aplausos do CDS-PP.