82 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Galamba, agradeço a sua pergunta.
Aliás, aproveito até para lhe agradecer todas as perguntas e todas as intervenções que o Sr. Deputado tem feito, em série, relativamente às intervenções do Bloco de Esquerda.
Vozes do BE: — Muito bem! Exactamente!
O Sr. José Manuel Pureza (BE). — O Sr. Deputado está realmente de piquete no Grupo Parlamentar do Partido Socialista em direcção ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
E eu sei, Sr. Deputado, porque conheço as suas convicções, quanto isso, às vezes, lhe causa algum desconforto, mas, como diz alguém, «é a vida!».
O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento (Vieira da Silva): — Responda, Sr. Deputado.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Respondo, com certeza, Sr. Ministro, mas, se não se importa, responderei ao Sr. Deputado João Galamba! Sr. Ministro, esteja calmo que eu respondo a tudo!
Risos do BE.
Em relação a esta matéria, Sr. Deputado João Galamba, quero lembrá-lo que o Sr. Deputado vai certamente votar um Orçamento que contempla cortes no abono de família e noutros abonos sociais. Sei que o Sr. Deputado vai votar um Orçamento que contempla o congelamento das pensões e, portanto, nesta matéria, Sr. Deputado João Galamba, quase que me sinto tentado a devolver-lhe alguma pergunta sobre o realismo ou irrealismo das propostas que cada um de nós defende, nesta matéria.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Responda!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sei quais são as propostas que o Sr. Deputado defende, sei aquilo que o senhor vai votar. Nesta matéria, creio que as coisas são muito claras.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Responda!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Vejo que o Sr. Deputado Afonso Candal está também muito impaciente, e percebo-o, mas vou, então, responder à questão que me colocou.
Sr. Deputado, a tributação da banca, por nõmeros da Associação Portuguesa de Bancos»
Protestos do Deputado do PS Afonso Candal.
Sr. Deputado Afonso Candal, se o Sr. Deputado quer responder, esteja à vontade. Mas, se não se importar que eu responda, eu respondo. É tão simples quanto isso.
Se eu puder responder, agradeço. Vamos a isso? Muito obrigado! É que é o Sr. Deputado, é o Sr. Ministro e, assim, isto torna-se um bocadinho estereofónico, como já percebeu.
Como eu dizia, em relação à questão da tributação da banca, os números da Associação Portuguesa de Bancos são reveladores: 74 milhões de euros.
Ora, se o Sr. Deputado souber, como eu, fazer contas e olhar para a base de tributação possível, que são os lucros imensos — diria assim para colocar a questão nos termos mais macios que conheço — , há-de convir que, em matéria de justiça fiscal, estamos conversados.
Em relação à subida taxa mínima, também estamos conversados, Sr. Deputado! Considera o Sr. Deputado que 5% é uma subida que contempla os seus horizontes de justiça fiscal?!