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22 | I Série - Número: 043 | 27 de Janeiro de 2011

ali, da bancada do Governo: «Sim, quero! Quero privatizar as linhas suburbanas de Lisboa e do Porto» — as mais rentáveis! Já temos o exemplo de um serviço do sector privado ao nível ferroviário, que é o da Fertagus, e o que as pessoas sabem é que normalmente as «bandeiras» que acenam e as promessas que fazem sobre as privatizações saem sempre ao contrário. É que o preço por quilómetro da Fertagus é «só» o dobro do preço por quilómetro da CP. Ou seja, na Fertagus paga-se muito mais pelo serviço do que se paga na CP. E o que perguntamos é o seguinte: esta é que é a vossa noção de interesse público? Esta é que é a vossa noção de serviço público? Há que esclarecer.
Mas aqui fica também bem expressa a concepção que Os Verde têm sobre a verdadeira sustentabilidade, o verdadeiro interesse público e o verdadeiro serviço público das empresas de transportes, nomeadamente do sector ferroviário. Trata-se de valorizar o trabalho daquela gente que está disposta a pôr essa máquina a funcionar e de dar garantias e qualidade para que os utentes se possam «enamorar» do transporte ferroviário e fidelizar-se a esse serviço, não só para a sustentabilidade de empresa mas também para a verdadeira sustentabilidade do País!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, há pouco disse coisas absolutamente lamentáveis e que mais valia que não tivessem sido ditas. Disse o Sr.
Ministro que havia neste debate um olhar conservador, como se estivessem crianças a olhar para comboios.
Olhar conservador, Sr. Ministro?! Crianças a olhar para comboios, Sr. Ministro?! Então, diga-nos lá o que é ser responsável e ser moderno! É asfixiar a EMEF? É ordenar cortes orçamentais e cancelamentos incompreensíveis em investimentos fundamentais para a indústria ferroviária? É condenar à morte lenta um sector fundamental da nossa economia e da nossa indústria? É apontar para 468 despedimentos só na EMEF, tal como é previsto pela CP? Responsável e moderno é aplicar na EMEF a mesma receita que no passado condenou, por acção conjunta e sucessiva dos governos do PS e do PSD, a Sorefame ao desaparecimento? Falou o Sr. Ministro, ontem à tarde, nesta Assembleia, em procurar novos negócios para a EMEF! Referiu ainda que faz viagens acompanhado de administradores da EMEF! E, agora, decidiram cortar?! Em quê e para quê, Sr. Ministro? Na EMEF? Num sector estratégico da nossa produção nacional que pode concorrer para exportarmos mais e para importarmos menos?! É disto que os senhores falam quando expõem as vossas teorias gerais da sustentabilidade e as vossas palestras sobre razoabilidade económica! Sr. Ministro, então onde é que estão as medidas que podem significar que os senhores passam das palavras aos actos defendendo a EMEF, em vez de a entregarem a quem a possa destruir, como já aconteceu no passado?! Sr. Ministro, estas são perguntas concretas para as quais precisamos, o País precisa, de encontrar respostas concretas!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, na mensagem que dirigiu à Assembleia no período que era próprio para dar respostas às questões que lhe foram colocadas, referiu a necessidade de conter a despesa.
Queria que o Sr. Ministro nos dissesse se foi esse sentimento tão nobre que presidiu à decisão de alugar automotoras a Espanha, quando havia condições para reparar as nossas automotoras, através da EMEF, e colocá-las em funcionamento. Essa decisão também teve em vista esse sentimento tão nobre de contenção de custos? Sr. Ministro, a minha colega de bancada já lhe dirigiu uma pergunta sobre o assunto, mas o Sr. Ministro preferiu enviar uma mensagem à Assembleia em vez de responder, por isso volto a colocá-la.

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