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29 | I Série - Número: 057 | 26 de Fevereiro de 2011

Se o Sr. Primeiro-Ministro quiser um bom conselho, sugiro-lhe o seguinte: aqueles óculos de ficção científica, que lhe ficam tão bem, poderia usá-los para ler as contas da PT e para perceber o que se passa, porque os portugueses bem olham e bem sabem. Estamos a ser enganados. Não estão a pagar imposto, não estão a contribuir! E sacrifícios são aqueles trabalhadores, os 900 que vão ser despedidos nos CTT, porque estão em contratos a prazo e estes vão acabar. São aqueles que estão no Aeroporto de Faro a fazer um trabalho temporário para substituir aqueles que foram despedidos.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — E abuso, Sr. Primeiro-Ministro, não é esquerda. A economia que precisa de solidariedade, precisa de responsabilidade. O seu problema é que o Governo é, hoje, totalmente irresponsável.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em relação à matéria que trouxe a este debate e às novidades — algumas, nem tanto — que apresentou em termos de estágios, nós consideramos que tudo o que for para melhor é bom.
Gostaria, contudo, de lhe deixar esta primeira reflexão: o Sr. Primeiro-Ministro tem um conflito permanente entre aquilo que anuncia e aquilo que concretiza e eu creio que, nesse sentido, era importante que, depois, se concretizasse aquilo que sistematicamente é aqui anunciado e nunca concretizado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas tenhamos o sentido da medida mesmo em relação àquilo que anunciou.
Qual é a realidade em que vivem as novas gerações? Jovens desempregados, mais de 100 000, cerca de 23% do desemprego; taxa dos licenciados, 8,2%, e entre 2009 e 2010, um aumento de 37%!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Acresce ainda a questão da precariedade, que, como sabe, abrange cerca de 1,2 milhões de trabalhadores, na sua maioria, jovens, que são os primeiros a ser despedidos.
Hoje, qualquer sobressalto, qualquer dificuldade, os primeiros a serem despedidos são os trabalhadores precários.
Assim, olhamos para estas medidas com o sentido exacto que elas têm, ou seja, são sempre medidas parcelares, mas, admitindo o seu carácter positivo, quero colocar uma pergunta concreta. Há sempre um problema para resolver: os trabalhadores apoiados com dinheiro, designadamente, da segurança social, em geral, são aproveitados pelas empresas enquanto estas puderem aproveitar e as empresas, sempre que podem, até para os substituírem e poderem ter mais benesses, acabam por despedir esses trabalhadores, que agora aqui são propostos para serem apoiados pela segurança social. Acha que as medidas que propõe vão resolver este problema, que já se tem verificado, do aproveitamento de empresários, que, valendo-se desses apoios do Estado, acabam por despedir e fazer reingressar outros trabalhadores que lhes possam ser mais rentáveis?

Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de ouvir a sua opinião sobre este problema.

Aplausos do PCP.

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