71 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011
E não adianta o Governo fazer-se de vítima. O Governo é apenas vítima de si próprio, da sua arrogância e irresponsabilidade. Vítimas a sério são os portugueses, que empobreceram e viram o seu nível de vida degradar-se por culpa exclusiva do Governo.
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — E o Orçamento do Estado que o PSD aprovou?
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Compreende-se, por isso, o desespero do Governo: está a lutar pela sua sobrevivência política. Nós, PSD, em coerência com o que sempre temos dito e feito, estamos aqui a lutar, como sempre, pelo interesse nacional!
Aplausos do PSD, de pé.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.
O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Lá fora, a poucos metros daqui, está um País que não quer eleições»
Aplausos do PS.
Risos do PSD.
» e aqui está prestes a constituir-se uma maioria instantânea, constituída por partidos que não se entendem em torno de mais coisa nenhuma que não seja a vontade de lançar o País numa grave crise política, de consequências imprevisíveis.
Aplausos do PS.
Esta é a primeira ilação a tirar deste debate.
Lá fora, estão homens e mulheres que conhecem as dificuldades que enfrentamos, que, muitas vezes, não compartilham das nossas orientações — por vezes, estão connosco, noutras horas divergem — mas que, neste momento da nossa vida nacional, têm consciência de que lançar o País num processo eleitoral significa um acto de irresponsável aventureirismo. Mas também é agora claro quem é culpado desta situação.
Aplausos do PS.
O Governo fez o que deveria ter feito: enfrentando uma crise sem precedentes, adoptou as medidas indispensáveis para a enfrentar! Os Srs. Deputados deleitam-se em fazer descrições da realidade que nada tem que ver com o que se passou no mundo, na Europa e no nosso País nos últimos anos.
O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Muito bem!
O Sr. Francisco de Assis (PS): — Este Governo enfrentou a mais grave crise financeira dos últimos 100 anos, e enfrentou-a com coragem, com inteligência e com competência, em diversos momentos e fazendo, em cada momento, os ajustamentos necessários que resultavam da evolução da situação económica e financeira a nível internacional.
Agora, uma vez mais, o Governo adoptou as medidas que se impunham: apresentou ao País, a Bruxelas e, hoje, ao Parlamento um Programa de Estabilidade e Crescimento que vai no sentido correcto, curiosamente — e digo isto para quem fala de falta de credibilidade» — um Programa de Estabilidade e Crescimento que suscitou o apoio da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e da generalidade dos chefes de governo dos países nossos parceiros no âmbito europeu!