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17 DE SETEMBRO DE 2011

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Há 42 anos, vindo do Sabugal, chegou à Benedita, no concelho de Alcobaça, um beirão que abraçou

aquela terra e aquele concelho como seus. Esta aldeia e este concelho, com o decorrer dos anos, tornaram-se

na sua terra de paixão.

Este homem, de seu nome José Gonçalves Sapinho, foi, durante mais de 30 anos, o Director do Externato

Cooperativo da Benedita, contribuindo com o seu empenho, determinação e entusiasmo para que esta

instituição de ensino se tornasse uma escola de referência na região e no País.

Naquela terra dedicou-se a outros projectos cívicos e políticos. Foi Presidente da Assembleia de Freguesia

da Benedita, no concelho de Alcobaça, destacando-se nos anos seguintes como fundador e dirigente da

ANAFRE — Associação Nacional das Freguesias. Foi ainda coordenador da edição do livro — Papel das

Freguesias na Administração Portuguesa.

Seguiram-se anos de intensa actividade autárquica como Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça,

durante três mandatos consecutivos, e do seu vasto curriculum salienta-se uma intensa actividade social e

cívica em várias associações culturais, recreativas e sociais.

Ao longo desses anos, Alcobaça e as suas gentes guardam a imagem de um presidente determinado mas

dialogante, atento aos problemas de cada um, solidário e um amigo com quem se podia contar.

Destacou-se igualmente, no plano nacional, pela firmeza das suas convicções políticas e um forte

empenhamento na construção de um Portugal democrático e solidário.

No ano de 1973, participa no histórico encontro do Franginhas, organizado pela SEDES, da qual era

membro, integrando o Núcleo de Leiria.

Depois de Abril de 1974, foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte pelo distrito de Leiria, tendo sido

reeleito Deputado um ano depois, exercendo mandato de Deputado na I Legislatura, integrando a Mesa da

Assembleia da República.

Regressa ao Parlamento na VII Legislatura para defender duas iniciativas emblemáticas sobre temas que

marcaram todo o seu percurso na vida pública — educação e freguesias — através da apresentação e

discussão dos projectos de lei n.os

259/VII, relativo às associações representativas dos estabelecimentos de

educação, ensino, ciência e cultura não estatais, e 40/VII, relativo às associações representativas dos

municípios e das freguesias (ANAFRE).

Em Dezembro de 1996, em defesa das terras de Cister e do Mosteiro de Alcobaça, José Gonçalves

Sapinho, em intervenção na Assembleia da República, afirmava: «Temos de ser inovadores e imaginativos

para pôr a mexer o que temos, para tirar proveito do que nos legaram, para animar o que está inerte».

Palavras actuais e reveladoras da ambição que sempre colocou nas causas da sua vida.

Afastado há alguns anos da vida política mais activa para se dedicar a outros projectos cívicos, manteve-

se, ainda assim, ligado à sua terra, não apenas institucionalmente mas também por amor, porque Alcobaça

era, de facto, uma relação indissolúvel da sua vida.

De todas as imagens que guardamos dele, há uma, colectivamente partilhada, que vem nítida e luminosa à

nossa memória: a saudação jovial e encorajadora com que nos brindava, mesmo nos dias menos felizes, com

um enérgico «Bom dia!».

Porque os homens grandes não se reconhecem apenas pela obra que deixam mas também pelas

memórias que deles guardamos e pela humanidade e generosidade com que se relacionam com os outros, a

Assembleia da República manifesta a sua sentida homenagem à memória de José Gonçalves Sapinho e

endereça os mais sentidos votos de condolência à sua esposa e restante família.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que o Sr. Secretário acabou de

ler.

Submetido à votação, por aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

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