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I SÉRIE — NÚMERO 83

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estivessem pessoas sérias a governar Portugal, obviamente que as agências de rating, sérias como são

também, reconheceriam essa evolução.

No entanto, depois, sabemos do «murro no estômago» de Pedro Passos Coelho, quando, afinal, a própria

«seriedade» das agências de rating disse que este Governo não era sério — «murro no estômago» do qual

PSD e CDS não retiraram sequer consequências.

Elas são os agentes de profecias autorrealizáveis, porque elas dizem «isto vai correr mal» e, depois, agem

em todo o contexto para que isso corra efetivamente mal. Por isso, elas são os profetas da desgraça — e isso

ninguém ataca! A propósito, falando da Moody’s, da Standard & Poor’s e da Fitch, há pouco quase me

pareceu ouvir um administrador da Moody’s, a defender o interesse e a importância das agências de rating.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que é essencial que as agências de

rating deixem de figurar nos critérios quer do BEI quer do BCE. Mas é essencial também que Portugal tenha a

coragem de romper o contrato com aqueles que especulam à nossa custa, porque eles também são agentes

da desgraça do País.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado

Adolfo Mesquita Nunes.

O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Sobre as agências de

rating —o que elas são, o que elas foram, o papel que tiveram na crise, as consequências da sua atuação —,

podemos todos ter várias opiniões (e temos) contraditórias umas com as outras.

Mas há uma coisa que está a acontecer na União Europeia: a revisão do regulamento. E propostas para a

revisão desse regulamento só há um partido que as traz aqui: o CDS.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — Podemos falar todos sobre como deveriam ser as agências

de rating, como elas deveriam atuar e como elas deveriam terminar.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

Mas o único partido que traz aqui propostas de solução para o Governo recomendar, na União Europeia, é

o CDS.

Aplausos do CDS-PP.

Portanto, com discursos inflamados não se resolve grande coisa.

O Bloco de Esquerda apresentou uma proposta neste sentido, que foi a da criação de uma agência de

rating europeia. E, na minha intervenção, disse que somos o primeiro partido a apresentar propostas para as

agências de rating existentes, porque não desconheço essa proposta.

Mas gostaria de dizer que tenho dúvidas sobre quais seriam as consequências da criação de uma agência

de rating europeia e qual a credibilidade que teria. Faz-me lembrar um pouco do que seria eu chegar a um

restaurante e perguntar se o melão é bom: eles vão sempre dizer-me que sim, mas nunca vou saber se estão

a dizer-me que sim porque o melão é bom ou porque estão a querer vender-me o melão. Ora, é isso que acho

que iria acontecer com uma agência de rating europeia e por isso acho que não seria a melhor solução para

resolver o problema.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Claro!