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7 DE ABRIL DE 2012

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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O que pretendemos com este

projeto de resolução não é mais do que chamar a atenção para aquilo que é o magnífico resultado das

exportações portuguesas,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Magnífico?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … o que, aliás, ficou patente, ainda há pouco, na discussão do

Orçamento retificativo.

Mas há alguns riscos, como também foi dito, pois as encomendas têm demonstrado alguma retração e isso

pode ter repercussões menos positivas no futuro.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Foi um lapso!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — No entanto, o que importa aqui discutir é que, apesar do bom

comportamento das exportações, continuamos a importar mais do que exportamos. Aliás, segundo dados do

Eurostat, relativos quer a 2010 quer a 2011, importámos 57 600 milhões de euros e exportámos apenas 42

300 milhões de euros, embora, como referi, os resultados das exportações tenham vindo a aumentar.

Alguns dos produtos que estão na tabela dos que mais importamos são os agrícolas, os alimentares, os

combustíveis minerais, os químicos, as peles e os couros.

Portanto, a melhor fórmula para tratar da outra equação, que é reduzir a nossa balança comercial, é

incentivar o consumo interno, o mercado interno,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Com que dinheiro?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e estou certo de que cada um de nós, com dinheiro ou sem dinheiro,

seguramente, tem feito isso, que é, sempre que possível, em igualdade de circunstâncias, consumir o que é

nacional.

Diria que temos produtos nacionais procurados e de qualidade há mais de 800 anos, mas temos também

produtos de qualidade e procurados, e cada vez com mais inovação, em setores ditos tradicionais, como o

têxtil e o calçado, ou até em pequenos nichos de mercado, onde, de facto, Portugal tem conseguido impor-se,

de forma ainda pouco notada (às vezes, mais notada no exterior do que internamente).

Por isso, deve o Governo, deve a Assembleia da República, devemos todos criar todos os mecanismos

para sermos um pouco mais nacionalistas — e, aqui, no bom sentido. Ou seja, só se consegue consumir e

dizer bem daquilo de que se gosta, pelo que, se gostarmos um pouco mais dos produtos nacionais, talvez

consigamos aumentar, e muito, as nossas exportações.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não temos é dinheiro para os comprar!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Até porque marcas que não têm notoriedade, nem procura interna,

dificilmente se conseguem impor no mercado externo. Marcas que têm grande procura e grande valor também

ajudam a criar marca lá fora, eliminando até o intermediário, e encontrando, assim, forma de os produtos

portugueses virem da origem diretamente para os mercados.

E é importante que o consumidor tenha na sua posse toda a informação e tenha toda a capacidade de

escolha — isto, sem atropelar qualquer regra da concorrência, nem entrar em protecionismos que não fazem

hoje qualquer sentido no mercado global. Ou seja, o que pretendemos é que cada consumidor possa, a todo o

tempo, decidir que produtos deve comprar, em igualdade de circunstâncias, e saber que está a comprar um

produto de uma empresa, que pode ser ou não portuguesa, mas que paga impostos, investe e cria postos de

trabalho em Portugal, criando, assim, marca, dimensão e ajudando, desta forma, o País a, mais cedo, inverter

a sua balança comercial e contribuir para a recuperação económica.

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