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I SÉRIE — NÚMERO 112

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mas o tratado é que conta», no tratado, que é o «que conta», está lá que não pode haver política pública para

o crescimento,…

Vozes do BE: — Exatamente!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … não pode haver segurança social, escola pública, Serviço Nacional de

Saúde, esforço de investimento. Sempre que houver uma recessão, a política pública tem que falhar ao País.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Concluo, Sr.ª Presidente.

É certo que, na proposta do PS, há medidas boas e nós aprovamo-las: a criação de uma agência de

notação europeia; o combate aos offshore; a criação de uma taxa sobre as transações financeiras,…

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … coisa que o PS nunca apoiou no passado. Mas ainda bem que essas

medidas aí estão propostas.

Nós decidimos por conteúdos.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Mas, na agenda do crescimento, que fracasso monumental! Um ato

adicional para um tratado que proíbe o crescimento, que impede o crescimento! E os Srs. Deputados e as Sr.as

Deputadas do PS sabem, tão bem como todos, que não há nenhum crescimento quando a recessão é o

«quanto pior, melhor»! E essa é a política que nos é proposta.

Por isso, Sr.as

e Srs. Deputados, um «penacho» é que não vale a pena!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção pelo PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Costa Neves.

O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Partimos sempre do

pressuposto de que, nas questões essenciais para o País — e as questões europeias são questões

portuguesas —, devemos procurar sempre assegurar um consenso o mais alargado possível. Devemos,

portanto, cultivar o consenso. Isto prende-se com a postura, com a atitude que assumimos: ou assumimos

procurar aquilo que nos divide, e muitas vezes vemos isso quase procurando à lupa aquilo que nos divide para

afirmarmos uma posição diferente; ou fazemos ao contrário, buscamos, essencialmente, aquilo que aproxima

e não aquilo que nos afasta. Ora, isto obriga a ir ao essencial; obriga a valorizar o essencial; obriga, desde

logo, a distinguir o essencial.

Faço esse exercício, por natureza, o mais convictamente possível.

Foi com esse espírito que participámos desde sempre no debate europeu, que está, aliás, como todos

sabemos, numa fase crucial, numa fase decisiva para Portugal, para a União Europeia.

Ora, buscar o essencial obriga-nos a não olhar essencialmente para as picardias, para aquelas palavras

em que, às vezes, se força um pouco a nota e se diz que os outros são hipócritas, em que se avalia os outros,

em que se põem carimbos nos outros, quando, muitas vezes, não se olha para nós próprios. Ir ao essencial

faz com que não olhemos para a espuma, que nem sequer estejamos sistematicamente a seguir a última

onda, faz com que tenhamos em conta aquilo que é a imensidade do mar.

Para quem assim procede, e durante este debate tivemos a oportunidade de confirmar isso, a conclusão é

evidente: neste Parlamento, continua a haver um largo consenso quanto ao essencial das questões europeias.

Isso é importante para a Europa, para a construção europeia, e é importante para o País.

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