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13DEOUTUBRODE2012

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Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, ainda tem tempo. Faça favor.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, não me rio da situação a

que o País está exposto; rio-me, evidentemente, da sua intervenção.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para formular perguntas tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, do PCP.

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, olhando para a intervenção que

nos foi distribuída previamente, verificamos que não leu a última página,…

O Sr. BernardinoSoares (PCP): — É verdade!

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — … última página essa que refere, ao de leve, as questões do

Orçamento e as medidas que estão anunciadas.

É por isso claro que, independentemente da gravidade das conclusões do Conselho, que merecem da

nossa parte uma crítica acesa em relação às medidas que procuram implementar, resultantes do tratado

orçamental, da governação económica e do Semestre Europeu, isto vai acentuar mais sacrifícios e mais

dependência para o nosso País.

Como não leu a última página do seu discurso, levou-me a fazer uma reflexão. O Sr. Primeiro-Ministro

afirmou, um dia destes: «Que se lixem as eleições!». Ora, no que o senhor estava a pensar era que se lixem

os portugueses, que se lixem os que trabalham ou os que trabalharam uma vida inteira, que se lixem os jovens

e as novas gerações, que se lixe o País, erigindo como objetivo supremo servir os grandes interesses do

capital financeiro, dos grupos económicos, endeusados e transformados em autênticos bezerros de ouro.

O Sr. BernardinoSoares (PCP): — Muito bem!

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Sentindo o tempo fugir-lhe, dobra a parada dos sacrifícios, mesmo

caminhando para o desastre.

Até admito que pense que se lixe o seu partido, que se lixe esta maioria, o que é preciso é concretizar este

plano de saque aos portugueses, àqueles que vivem do seu trabalho, da sua reforma ou da sua pensão, ou do

seu pequeno negócio.

O Governo vai buscar às pessoas, de todas as maneiras: comprime os escalões, aumenta-lhes brutalmente

as taxas, retira mais deduções com a habitação, a saúde e a educação. Com estas alterações, penaliza

fortemente os escalões de rendimentos mais baixos e trata como grandes fortunas rendimentos do trabalho

das camadas intermédias.

O Sr. BernardinoSoares (PCP): — Exatamente!

O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — O Governo ultrapassa, Sr. Primeiro-Ministro, todos os limites da

desumanidade, da indignidade política, neste ataque ao povo que trabalha, trabalhou e contribuiu e que,

agora, tem direito à sua reforma.

O Governo parece até ter inventado uma extraordinária contribuição sobre o subsídio de desemprego e

sobre o subsídio de doença, já de si fortemente cortados, nos últimos anos, tendo de pagar uma taxa como se

fossem grandes fortunas.

Não vale a pena, Sr. Primeiro-Ministro, vir aqui dizer que, afinal, aqui ou ali, neste ou naquele pormenor, há

pequenas mudanças. Não vale a pena, Sr. Primeiro-Ministro! Não vale a pena disfarçar que quer aplicar uma

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