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I SÉRIE — NÚMERO 35

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O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Os portugueses, sujeitos aos maiores sacrifícios, exigem saber qual é o

sentido do seu esforço, mas do Primeiro-Ministro só ouvem silêncios comprometedores e palavras ocas.

O Primeiro-Ministro está alheio da realidade. Não assume as suas responsabilidades. Não respeita os

portugueses.

De facto, Sr.as

e Srs. Deputados, só quem não conhece Portugal e a sua economia pode aumentar em 30%

os impostos dos portugueses.

Aplausos do PS.

De facto, Srs. Deputados, só quem não conhece Portugal e a sua textura social pode comprometer-se, de

livre vontade e sem ouvir ninguém, a cortar 4000 milhões de euros, na saúde, na educação e na proteção

social.

No ano 2012 o estado dos interesses prevaleceu sobre o estado das pessoas.

Aplausos do PS.

E a verdade é que, em tempo de crise, as pessoas precisam das políticas públicas. Precisam de políticas

públicas sólidas e solidárias e não de um assistencialismo sem dignidade que mais não visa do que cobrir de

fumo as manobras de desmantelamento do Estado social. Dizemos, por isso, «não» ao prosseguimento deste

caminho errado e sem saída. Um caminho que fez de Portugal um País onde os pobres e a classe média

vivem cada vez pior. Um caminho que é também errado e frágil nas escolhas europeias.

Aplausos do PS.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Infetada a economia pela austeridade desmesurada e sem critério,

não mais o Primeiro-Ministro esteve à altura de aplicar um antídoto. Duvido mesmo que alguma vez tenha

querido verdadeiramente aplicar esse antídoto. Foi acrescendo a dose, secando a vitalidade do nosso tecido

empresarial, esmagando expectativas, drenando saberes e vontades para a emigração e para a inatividade.

Não satisfeito por ter destroçado a economia e agravado as dificuldades sociais, foca-se agora no controlo

dos mecanismos de formação da nossa identidade, da nossa vontade e da igualdade de acesso à informação.

O Primeiro-Ministro atreve-se agora a pôr em causa o serviço público de televisão, inventando esquemas e

manigâncias de duvidoso suporte legal para passar para o domínio privado o controlo da RTP. Contará com a

frontal e total oposição do Partido Socialista.

Aplausos do PS.

Queria dizer-lhe Sr.ª Presidente, deste local, que é inaceitável que continue a ser bloqueado o

requerimento potestativo do PS sobre este tema. Este bloqueio não ficará sem resposta!

Aplausos do PS.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Em 25 de Abril deste ano, numa intervenção feita nesta mesma

Câmara, tive oportunidade de denunciar, em nome do PS, a deriva da maioria, afastando-se do consenso

democrático prevalecente, pondo em causa o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e o sistema de

segurança social. Avisámos que não acompanharíamos, e não acompanhámos, a maioria na sua vontade de

provocar uma rutura democrática. A maioria, mais uma vez, não nos ouviu, nem ouviu a vontade das

portuguesas e dos portugueses. Esta rutura consumou-se por exclusiva vontade do Governo.

Uma rotura provocada por um Primeiro-Ministro que não procura consensos, não ouve as pessoas, não

ouve as instituições, não tem sensibilidade social nem cultura democrática.

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