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I SÉRIE — NÚMERO 35

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Sr. Deputado, admito que, face à situação do País, o Partido Socialista tenha dado uma reviravolta e tenha

percebido que o mesmo caminho que estava a ajudar a construir não dá resultado e quer demarcar-se disso.

Quero dizer-lhe que Os Verdes ficam profundamente satisfeitos se for esse o caso. Na verdade, nós

vivemos sempre para pior, as condições que se estão a construir no País de recessão, de brutalidade na

nossa economia e de definhamento das condições das famílias portuguesas é uma coisa perfeitamente brutal

e de, facto, pactuarmos com esta situação é de uma profunda monstruosidade.

O Primeiro-Ministro vem dizer, na sua mensagem de Natal, que está consciente das desigualdades e das

injustiças, mas não diz (não é por acaso) que está consciente que tem de matar essas injustiças e essas

desigualdades. Porquê? Porque aquilo que o Governo faz é, justamente, fomentar e tornar essas

desigualdades e essas injustiças numa forma absolutamente estrutural no País. Isso é um perigo, e os

portugueses devem estar profundamente conscientes disso. Trata-se de um Governo que já não consegue

sair à rua, que já não consegue confrontar-se com a generalidade dos portugueses. O que é isto? Onde é que

nós estamos metidos?

De facto, tenho de dar razão ao Sr. Deputado Hélder Amaral, que é coisa de que não gosto absolutamente

nada…

Vozes do CDS-PP: — Ah!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Deputado, não gosto de lhe dar razão, mas tenho de lha dar

neste caso, porque há uma consequência lógica. É que se estamos a viver estas políticas tão brutais, com

estas consequências tão brutais, temos de ter aqui uma consequência lógica e dizer: «Chega! Não podemos

admitir mais que este Governo continue em funções!»

A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, queira terminar!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr.ª Presidente.

O nosso dever é ajudar e agir no sentido de que este Governo caia! E pergunto-lhe, Sr. Deputado, de uma

forma extraordinariamente clara: o PS, afinal, defende ou não eleições antecipadas?

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, em primeiro lugar, quero

agradecer-lhe a concordância que manifestou e quero dizer-lhe que, como tenho um espírito positivo, vou

fazendo todos os dias um esforço para me abstrair de uma realidade que já ocorreu há algum tempo: a

realidade que nos trouxe até aqui, a realidade que juntou um dia, nesta Câmara, o CDS, o PSD, o Bloco de

Esquerda, o PCP e Os Verdes e que colocou este País no colo da troica, no colo do Memorando e na situação

em que nós estamos a viver.

Aplausos do PS.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Foram vocês que negociaram o Memorando!

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Procuro abstrair-me disso, Sr.ª Deputada, porque penso que os

portugueses esperam de nós que saibamos olhar para o futuro e dar respostas de futuro. Por isso, procuro,

todos os dias, abstrair-me dessa realidade.

Protestos do PCP e de Os Verdes.

Mas, mesmo procurando abstrair-me, já percebi que a constatação factual e documentada de uma

evidência torna muito nervosas as bancadas da esquerda. Foi um erro que cometeram!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não é verdade!

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