O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE DEZEMBRO DE 2012

21

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Mas o erro está cometido, olhemos em frente.

E, olhando em frente, não pude abstrair-me, nesta quadra natalícia, de uma outra mensagem de Natal. Não

foi a mensagem de Natal de Pedro Passos coelho, foi a mensagem de Natal de Mariano Rajoy, que disse «eu

não quero para Espanha uma intervenção à portuguesa». Os senhores são cúmplices de termos em Portugal

uma intervenção à portuguesa!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD, do CDS-PP, do PCP, do BE e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Carlos Zorrinho, há coisas que, apesar

de tudo, ainda nos surpreendem. É que quem ouvisse agora este debate ficava com a ideia de que só havia

um partido que não tinha nada que ver com o Memorando da troica, ou seja, o Partido Socialista, que foi

precisamente o partido que o assinou.

Risos e aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Deputado Carlos Zorrinho, os senhores, na prática, governaram com o PSD e, em parte, com o CDS.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa é que é essa!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Os senhores aprovaram os vossos Orçamentos do Estado com o

PSD! Os senhores aprovaram o PEC 1, o PEC 2 e o PEC 3 com o PSD! E depois queriam um PEC 4, que

previa as privatizações, o aumento do IVA, o corte nas prestações sociais, a diminuição de trabalhadores na

Administração Pública! Queriam que nós o aprovássemos?!

Aplausos do PCP.

Ó Sr. Deputado, isso seria desdizer aquilo com que nos comprometemos com a população e com os

portugueses. Mas para isso já cá está o Partido Socialista, não precisa que nós o façamos.

Queria dizer-lhe que nós — nisso tenho de acompanhá-lo — ouvimos com uma consternação profunda a

mensagem do Primeiro-Ministro, porque é uma mensagem em que ele se afirma determinado em prosseguir

um rumo absolutamente desastroso para o País. Mas não é um engano, é a vontade de privilegiar os mais

poderosos deste País, é a vontade de delapidar o património público, é a vontade de destruir direitos das

populações e dos trabalhadores, é a vontade de destruir o poder local democrático. Isso não é um acaso, não

é um engano, é uma vontade que o Primeiro-Ministro e o Governo PSD/CDS têm e que querem prosseguir.

É por isso que aquela espécie de tentativa de, depois, corrigir a mão no Facebook choca pela sua

insensibilidade e pelo seu cinismo político, porque se trata de um choradinho que não tem nada a ver com a

realidade da política do Governo, porque as dificuldades de que ali se falam são consequência da política do

Governo e isso é que é o fundamental neste momento.

Sr. Deputado, queria dizer-lhe, muito concretamente, que precisamos de sair desta situação, mas

precisamos que este Governo saia rapidamente. E o Sr. Deputado deixou aqui uma ligeira nuance em relação

à posição habitual do Partido Socialista. Até agora diziam «eleições em 2015, estamos preparados para

2015», o que queria dizer que, até lá, o Governo podia fazer o que quisesse. Agora, disse o Sr. Deputado — e

é uma nuance — «eleições em 2015 ou quando o povo português quiser.»

E o PS, o que é que quer, Sr. Deputado Carlos Zorrinho? Nós dizemos que queremos que o Governo seja

demitido e que sejam convocadas eleições o mais depressa possível e pergunto se o Partido Socialista nos

acompanha nesta reivindicação.

Páginas Relacionadas
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 35 32 O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr. Presidente, Srs. Mem
Pág.Página 32