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I SÉRIE — NÚMERO 37

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No filme que faz sobre Amadeu de Sousa Cardozo, Paulo Rocha pode, por fim, dar corpo ao que chama de

“contaminação modernista”, o seu gosto pela “colagem” entre materiais diferentes a priori impensável no

cinema.

O mesmo acontecendo com Rio do Ouro, em 1998. Regressa ao rio Douro e à cidade da sua infância para

nos contar um melodrama e, nas palavras do crítico Mário Jorge Torres, uma “surreal sinfonia de sons e cores

com personagens que voam para, como na pintura de Marc Chagall, unir o real mais violento ao onirismo mais

poético”.

É esta capacidade de concretizar “o habitar poeticamente a Terra” defendida por Kenji Mizogushi, que tanto

admirava, que Paulo Rocha transmite a toda uma nova geração de cineasta portugueses, como Pedro Costa,

Joaquim Sapinho, João Pedro Rodrigues ou João Salaviza, entre outros.

Paulo Rocha era um espirito livre e rigoroso, tinha um humor mordaz, e como ambição amar a vida — que

se confundia com o cinema — até na tragédia que sempre espreita no gesto mais quotidiano.

A Assembleia da República, reunida em plenário, manifesta o seu pesar pelo falecimento de um cineasta

maior e apresenta a toda a sua família e amigos as suas sinceras condolências.»

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 98/XII (2.ª) — De pesar pelo

falecimento do realizador Paulo Rocha (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes), que o Sr. Secretário

acabou de ler.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio por todos os votos de pesar que exprimimos.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Srs. Deputados, prosseguimos com o voto n.º 96/XII (2.ª) — De condenação pela violação e homicídio de

uma jovem mulher na Índia (BE), que vai ser lido pela Sr.ª Secretária.

A Sr.ª Secretária (Rosa Maria Albernaz): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«A índia viveu um profundo choque e milhares de mulheres e homens, de diferentes idades e diferentes

situações, por várias cidades e vilas, se levantaram em protesto e repúdio pela bárbara violação e homicídio

de uma jovem de 23 anos, vítima de uma violação coletiva dentro de um autocarro, em Nova Deli.

Este crime chocou também o Mundo e abalou as consciências.

A violação é um crime cometido contra as mulheres em todo o Mundo e em países como a Índia assume

proporções extremamente preocupantes. Segundo a polícia indiana, a cada 18 horas ocorre uma violação em

Nova Deli. Segundo organizações não-governamentais, este número pode ser ainda maior, pois inúmeras

situações não são denunciadas e outras acontecem no seio da própria família.

As mulheres indianas estiveram e estão na primeira linha dos protestos e exigem justiça.

A tortura a que esta jovem mulher foi sujeita, o choque e a tristeza em torno da sua morte vieram colocar

no centro da política a análise sobre o tratamento das situações de violação e de outras agressões sexuais e a

adequação e eficácia das leis existentes na índia, mas também os muitos preconceitos e estereótipos que

levam ao branqueamento dos crimes sexuais e à culpabilização das vítimas.

Este crime teve lugar na Índia, mas convoca toda a Humanidade.

A segurança das mulheres é fundamental, mas nunca poderá estar desligada da sua liberdade plena.

A Assembleia da República, reunida em 4 de janeiro de 2013, expressa o seu profundo repúdio pelo crime

ocorrido em Nova Deli e a sua solidariedade para com as mulheres e o povo indiano e reafirma o seu

compromisso no combate a todas as formas de violência contra as mulheres.»

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 96/XII (2.ª) — De condenação

pela violação e homicídio de uma jovem mulher na Índia (BE).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

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