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I SÉRIE — NÚMERO 44

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Ou seja, veio agora reconhecer-se que não tínhamos capacidade de pagar a dívida assim e que, portanto,

há uma necessidade de reajustamento dos prazos de pagamento. Mas o Sr. Deputado escusa de inventar

outra desculpa e dizer que pedimos o alargamento do prazo porque agora estamos muito bem vistos a nível

internacional.

Sr. Deputado, se estamos tão bem vistos, se toda a gente confia tanto, se estamos no tal bom caminho,

para que é que vamos pedir prazos de alargamento?! É porque, de facto, não tínhamos capacidade de pagar

assim e, se calhar, continuamos sem essa capacidade, porque há necessidade de renegociação de outros

pressupostos da dívida.

Há uma pergunta concreta que se impõe fazer, Sr. Deputado, que tem a ver com o seguinte: este

alargamento do prazo vai criar uma certa folga no País, dizem o Governo e a maioria. Ora, os portugueses

estão desejosos de saber como é que essa folga se vai repercutir na sua vida concreta, ou seja, que medidas

de austeridade, absolutamente injustas, vão ser eliminadas, com a folga que agora se cria.

Outra questão, Sr. Deputado, prende-se com o regresso aos mercados. Quanto ao regresso aos mercados,

que já se percebeu ser mais uma operação de marketing do que outra coisa qualquer, de resto, com juros

bastante elevados, gostava de saber quais são as suas consequências diretas. O que é que este regresso aos

mercados implica, concretamente, na nossa dinâmica económica, que é aquilo de que precisamos como de

pão para a boca?! Ou seja, que milagre vai ocorrer, em que condições ficamos…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr.ª Presidente.

Em que condições ficamos, Sr. Deputado, para rever em alta as previsões absolutamente desastrosas

relativamente à nossa economia, ou seja, que salto, em termos de dinâmica económica, é que vai resultar

daqui?

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, antes de mais, quero agradecer as perguntas ao Sr.

Deputado Honório Novo e à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

Começo por responder a esta última pergunta, que foi concreta, no sentido de saber em que é que este

regresso aos mercados ajuda à criação de uma dinâmica económica.

Sr.ª Deputada, não há milagres,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas parece! No vosso discurso, parece!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — … esta emissão de dívida permite que seja mais fácil às empresas e às

instituições financeiras irem, também elas, ao mercado a custos mais baixos. E, como disse da tribuna, para

as empresas, isso representa um aumento da sua competitividade; para as instituições financeiras, isso

permite-lhes financiarem-se a custos mais baixos e, dessa forma, potenciarem o financiamento da economia e

das famílias, através de si próprias, que, como todos sabemos, têm tido enormes constrangimentos.

Sr. Deputado Honório Novo, vindo de um partido como o PCP, o elogio à propaganda desta maioria é um

elogio que tem de ser tido em conta com muita seriedade, porque se há coisa em que os senhores são peritos

é em propaganda!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E em ironia, também!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — E, se há pouco tempo nos acusavam de problemas de comunicação, o facto

de nos acusarem agora de propaganda mostra que houve uma grande evolução do lado da maioria.

Sr. Deputado, não quero deixar este debate sem uma nota sobre o realismo que todos temos de ter, e

tentei transmitir isso mesmo da tribuna. Falei de dois sinais muito positivos: a questão de o défice ficar abaixo

dos 5%, por um lado, e a questão de…

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