O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE JANEIRO DE 2013

33

É evidente que estamos preocupados com a situação do desemprego, estamos preocupados com as

dificuldades. Esperemos que as notícias que hoje recebemos vão permitir voltar aos mercados, vão permitir às

empresas portuguesas financiar-se, vão permitir a retoma económica e a criação de emprego.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É já a seguir!…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Ao ouvir o Sr. Deputado Nuno Serra,

do PSD, e o Sr. Deputado Artur Rêgo, do CDS-PP, parece que estamos numa situação que não é bem real,

parece que estamos noutro país, parece que não queremos olhar para a realidade que está lá fora.

O Sr. Deputado Nuno Serra disse que hoje é um dia muito importante para Portugal e que era preciso

consensualizar opinião. Lamento profundamente que o PSD, sendo o maior partido que suporta o Governo,

não consiga, para esse consensualizar de opinião, falar aqui, na Assembleia da República, sobre um — só um

— dos grandes problemas que os portugueses e as portuguesas atravessam.

É que passar por esta oportunidade de debate sem falar do desemprego, sem falar do aumento

escandaloso das rendas de casa, sem falar dos idosos que se sentem ameaçados porque podem ser postos

na rua, sem falar do aumento dos transportes, sem falar dos jovens que não têm emprego, como se

ignorassem tudo isso, e dizendo simplesmente «regressámos aos mercados» (e a ver vamos…), como se isso

fosse a solução para todos os males do nosso País, assim, não é possível consensualizar opinião!

O que importa não é tanto se o discurso é de esquerda ou não (como dizia o Sr. Deputado Miguel Freitas),

é, sim, fazer o discurso daqueles que precisam, dos que estão a sofrer neste momento. E o que se exige são

medidas concretas sobre essas matérias.

Sei bem, Srs. Deputados, que já se tornou muito difícil justificar todas as ações e todas as medidas do

Governo. Sei bem, Srs. Deputados das bancadas do PSD e do CDS, que isto não vai lá com projetos de

resolução, sei-o muito bem.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Fale de números! Deixe a retórica!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Por isso mesmo, Srs. Deputados, cresce cada dia, lá fora, na sociedade

portuguesa, aquilo que se vai tornar uma necessidade inadiável: o Governo tem de sair! E tem de haver

eleições para dar a palavra ao povo!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Isso vai tornar-se absolutamente inevitável. E a vossa política, a que têm seguido, tem o seu lugar

destinado, que é, infelizmente, o caixote do lixo da história.

Aplausos do BE.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É só discurso!

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, para uma segunda intervenção, o Sr. Deputado

Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Os Srs. Deputados do PSD e do CDS

continuam a repetir, à exaustão, que o País está no rumo certo e «enchem a boca» com o sucesso dos

programas de ajustamento. E falam até de liberdade para os portugueses poderem crescer economicamente.

Mas qual liberdade, Srs. Deputados?! Mas quais portugueses?! De quem é que os senhores estão a falar?

Em quem é que os senhores estão a pensar quando falam de crescer economicamente? Estão a falar das

Páginas Relacionadas
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 44 34 crianças que vão com fome para a escola?! Estã
Pág.Página 34