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I SÉRIE — NÚMERO 29

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Sr.ª Deputada, não tenho aqui, no Parlamento, uma coisa diferente para dizer do que aquilo que disse

ontem ao País, por intermédio da comunicação social. A minha conversa não muda da residência oficial para

aqui, para o Palácio de São Bento.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

Estranhei as declarações da Sr.ª Diretora-Geral do FMI e estranhei, porque nós vimos defendendo, há

muito tempo, nas nossas negociações com a troica, que os erros de partida do Programa pudessem ser

corrigidos no que podem ser corrigidos.

Todavia, há uma matéria em que eles não podem ser corrigidos — já aqui o afirmei. Nós defendemos que o

processo de ajustamento pudesse ter tido lugar durante quatro anos, mas isso não foi possível.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

Parece que o anterior Governo nem sequer suscitou a questão.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

A questão ficou, pois, resolvida assim: o Programa de Ajustamento tinha três anos e se tivesse de ter mais

de três anos, depois de ter sido fechado, teria de ser um segundo programa, que é coisa que eu não quero em

Portugal.

Portanto, Sr.ª Deputada, estando nós a defender há dois anos correções ao Programa de ajustamento no

que respeita às metas orçamentais, lamentei que aquelas que fossem feitas não tivessem sido tão amplas

quanto o que desejaríamos que tivesse acontecido.

E se a Sr.ª Diretora-Geral do FMI concorda que, realmente, houve esses erros de partida, então o FMI

deveria ter sido consistente e coerente e ter vindo ao encontro das pretensões do Governo português que, nas

negociações com a troica, defendeu um ajustamento mais pronunciado dessas metas.

O Sr. ex-Ministro Vítor Gaspar disse um dia, a propósito de declarações idênticas da Sr.ª Lagarde, que

havia uma certa hipocrisia institucional nestas instituições e eu não posso deixar de dizer que o Sr. Prof. Vítor

Gaspar estava cheio de razão.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, repare que quem se senta com ar

subserviente perante as instituições da hipocrisia institucional é a maioria PSD/CDS, é o seu Governo.

Repare como talvez a hipocrisia institucional esteja também na cabeça de todos os portugueses quando

ouvem um Governo que baixa salários, mas diz que não quer, que é a troica que obriga, ou quando ouvem um

Governo que diz que queria a troica e que afinal agora já não queria, ou quando ouvem um Governo que

assinou o Memorando e diz que agora, afinal, já não sabia de nada.

Hipocrisia institucional é o que os portugueses ouvem todos os dias do seu Governo quando, por exemplo,

o ouvem a dizer que o País está melhor e olham para as suas vidas, olham à sua volta e perguntam se o

desemprego, se a quebra de salários, se a quebra de pensões, se o desespero é só nas suas vidas, porque

afinal o País vai tão bem, não vai, Sr. Primeiro-Ministro?!

Mas a verdade não é essa. A verdade é, quando comparamos os dados de 2012 para 2013, verificamos

que continuamos a empobrecer, que o desemprego continua a aumentar…

Vozes do CDS-PP: — Oh!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — … e que a dívida pública não para de crescer.

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