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I SÉRIE — NÚMERO 29

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abordagem, que é a abordagem fiscal. Os ricos, em Portugal, pagam proporcionalmente muito mais do que

todos os outros,…

Protestos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.

… o que me parece justo. Mas, Sr.ª Deputada, se tem alguma taxa de imposto que considere mais

adequada e mais justa — provavelmente, não sei, superior a 50%! —, diga, por favor. Porque, quer

relativamente a pensões chamadas «douradas», mais elevadas, quer relativamente aos salários e aos

rendimentos mais elevados, os impostos são progressivos e mais pesados sobre estes. Eu não posso é fazer

confisco,…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas é isso que tem feito nas reformas e pensões!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … não posso é, relativamente àquelas pessoas que têm recursos, tirar-lhes os

recursos porque precisamos deles.

Sr.ª Deputada, o que nós fazemos é proporcionado e equitativo por toda a sociedade e nessa medida todos

estamos, com certeza, a pagar e iremos repor a situação, quer em salários quer em pensões, na medida em

que o crescimento da economia nos permitir. Isso já foi afirmado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, ainda dispõe de tempo.

Faça favor.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro não me respondeu

concretamente à questão que lhe coloquei sobre a reposição dos salários e das pensões e a diminuição dos

impostos, uma questão fundamental para responder aos portugueses.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Acabei de responder, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É porque, ao contrário daquilo que o Sr. Primeiro-Ministro refere,

o empobrecimento do País continua a agravar-se e é essa realidade que nunca quer ver. Quando eu falo do

empobrecimento, falo das condições de vida concretas das pessoas. As pessoas continuam a empobrecer na

sua vida. Aquilo que ainda há pouco eu estava a dizer é que há pessoas que trabalham e empobrecem, ou

seja, o seu salário não é minimamente suficiente para a sua subsistência. É esta realidade que tende sempre

a esquecer. O Sr. Primeiro-Ministro vive um bocado naquela lógica de que isto é uma coisa absolutamente

secundária.

Quanto à questão da economia, vamos fazer um paralelismo, Sr. Primeiro-Ministro. Vamos pensar numa

bonita planta de interior e que esta planta de interior, faz de conta que é a nossa economia, precisa

fundamentalmente de dois fatores que são essenciais: um, é a luz (vamos imaginar que são os fatores

externos), e o outro, é a água (o fator interno). Ora, se esta planta depender única e exclusivamente do fator

externo, ela não sobrevive. E aquilo que o Governo está a fazer diariamente é a acreditar só no fator luz, no

fator externo, e não está a dar água à planta.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É mentira!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas a planta definha, Sr. Primeiro-Ministro. Ou seja, temos de

criar condições internas, no País, para ter uma economia sustentável, porque isto é absolutamente essencial

para que não andemos aos altos e baixos, ao sabor dos mercados externos e das economias externas.

Já agora, Sr. Primeiro-Ministro, daquilo que o Sr. Primeiro-Ministro sabe, já que governa tanto para os

mercados, se faz ouvir tanto nos mercados e ouve tanto os mercados, os mercados têm tido alguma

preocupação com a pobreza em Portugal? A troica, por exemplo, também tem manifestado alguma

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