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6 DE FEVEREIRO DE 2014

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assim é, naturalmente, um Governo pouco saudável, para não dizer muito doente. De facto, quem olha assim

para os doentes não pode estar bom da cabeça. Só um Governo doente olha desta forma para os doentes.

A concentração das urgências na Área Metropolitana de Lisboa não fugiu à regra, nem quanto aos critérios

nem quanto aos objetivos — naturalmente, são critérios economicistas e com objetivos de reduzir custos. De

novo, o acesso aos cuidados de saúde das populações na Área Metropolitana de Lisboa não teve qualquer

relevância, não teve qualquer interesse por parte do Governo, não foi sequer considerado.

Como é costume, mas preocupante, este Governo nem sequer foi capaz de apresentar quaisquer

fundamentações técnicas e científicas que sustentassem esta reorganização. E como é costume deste

Governo, e também preocupante, este processo foi feito completamente à margem dos profissionais de saúde,

dos sindicatos e até dos utentes.

Também partilhamos da leitura do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, que considera que a concentração

de urgências no período noturno carrega consigo um outro objetivo: primeiro, reduz-se de noite para, depois,

repescando os mesmos argumentos, se passar a reduzir de dia.

Não é, pois, difícil perceber que a criação da designada Urgência Metropolitana de Lisboa é mais um

instrumento do Governo para prosseguir no seu objetivo de enfraquecer o Serviço Nacional de Saúde. É,

portanto, necessário proceder à revogação da reorganização das urgências no período noturno na Área

Metropolitana de Lisboa e proceder a um estudo, envolvendo os profissionais de saúde e os utentes, com o

objetivo de proceder a uma verdadeira reorganização dos serviços de urgência, que seja capaz também de

garantir qualidade nas situações de urgência e de emergência.

Portanto, Os Verdes acompanham os proponentes das iniciativas legislativas que agora estamos a discutir

e, por isso, vamos votar a favor tanto da iniciativa do PCP como da iniciativa do Bloco de Esquerda.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena

Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O tempo de que disponho é muito

pouco, mas terei de me referir à intervenção do Sr. Deputado Ricardo Baptista Leite.

Sr. Deputado, referiu uma frase que diz «quem não quer fazer, manda fazer um estudo», mas há uma outra

frase, que diz «quando não se quer enfrentar e responder aos problemas, faz-se a fuga para a frente». Foi isso

que o Sr. Deputado fez,…

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sabe que não é verdade!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — … invocando, de uma forma absolutamente demagógica, o trabalho de todos

os profissionais, incluindo o seu, nos serviços de saúde.

Mas tenho de lhe relembrar algo, Sr. Deputado. Lamento que não tenha lido, aliás contrariamente ao que é

seu hábito, o projeto de resolução do Bloco de Esquerda.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Li, li!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sabe quantos estudos encontro, quantos estudos estão numerados? Só por

uma questão de economia de tempo, não vou numerá-los a todos, mas já vou no oitavo! Estudos

encomendados pelo Governo num curto espaço de tempo!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Estamos a falar de urgência!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exatamente, eu estou a falar de urgências, Sr. Deputado! O Sr. Deputado

quer ver o que é a urgência sozinha, num canto?!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Não está a ser séria!

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