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31 DE OUTUBRO DE 2014

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Para termos uma ideia: com os juros da dívida que gastamos num ano, podíamos repor três anos de cortes

salariais na função pública; podíamos pagar oito anos de medicamentos gratuitos a todos os portugueses nos

hospitais;…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exato!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … podíamos pagar 25 anos de propinas a todos os portugueses de todos os

graus de ensino;…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … podíamos pagar 700 anos daquilo que é gasto, atualmente, com o apoio a

todas as artes, a todas as expressões artísticas no nosso País.

É isto que estamos a sacrificar a cada ano que passa!

Sr. Primeiro-Ministro, se estivesse, de facto, ao serviço dos portugueses, como aqui nos tentou fazer crer,

não estava a negociar as nossas escolas, não estava a negociar a nossa saúde, não estava a negociar os

nossos salários,…

O Sr. David Costa (PCP): — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … os nossos horários, as nossas férias, o nosso bem-estar, a nossa

felicidade, a troco dos juros para salvar os grupos económicos.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Primeiro-Ministro, este é o último Orçamento do Estado que este

Governo apresenta, mas também que estas forças políticas apresentam, que este projeto político apresenta.

Isto porque cada vez é mais evidente para todos que é preciso uma alternativa e que essa alternativa não vem

nem do PS, nem do PSD, nem CDS — dos partidos do arco do desgoverno e da bancarrota —, mas que é

preciso vir noutro sentido.

Não serão aqueles que desde 1976 a esta parte praticam políticas de submissão e de direita que

responderão às necessidades, tão só porque as necessidades, neste momento, são precisamente as de uma

política de afirmação do interesse nacional pela esquerda.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, já não disponho de tempo para

responder, a não ser à custa, evidentemente, do tempo que o Governo tenciona dispensar também à Sr.ª

Ministra de Estado e das Finanças, bem como a outros Srs. Ministros para intervirem neste debate.

Espero, portanto, que compreendam que procurarei responder de uma forma mesmo muito sintética.

À Sr.ª Deputada Cecília Meireles, queria apenas dizer que também acompanhei esse exercício de

memória, tão oportuno, que aqui fez quando citou Srs. Deputados do Partido Socialista que afirmavam

categoricamente que aquilo que aconteceu não era possível acontecer.

Já aconteceu, no passado, a mesma coisa, quando estavam no Governo. Recordo-me, perfeitamente — é

a minha vez de citar a Sr.ª Dr.ª Manuela Ferreira Leite, neste debate —, de a então Sr.ª Deputada Manuela

Ferreira Leite, líder do meu partido, ter prognosticado que os processos económicos que estavam a ser

desenvolvidos pelo Governo de então iriam conduzir, inevitavelmente, a um endividamento insustentável do

País e que isso haveria de conduzir a uma situação insustentável para as finanças públicas…

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Bem lembrado!

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