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8 DE JANEIRO DE 2015

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Aplausos do BE.

As pressões e as chantagens surgem das mais diversas formas, mais diretas, mais encapotadas, mas

todas agitando o fantasma da bancarrota e da expulsão do euro.

A crise da moeda única não é culpa dos gregos, é resultado de opções políticas europeias falhadas, que

ilibaram os mercados e colocaram os povos a pagar pelos tóxicos da especulação, e, ainda, da falta de

solidariedade entre Estados. Não se confundam as responsabilidades.

A troica e o Governo alemão querem passar uma esponja sobre as suas responsabilidades. Querem que

esqueçamos que a austeridade que impõem é resultado da opção de deixar intocado o sistema financeiro.

Obrigam os povos a pagar a fatura de um buraco criado pela banca, pela especulação e pela corrupção

financeira.

Do que é que estavam à espera? Que o povo grego se calasse e aceitasse passivamente o colapso do seu

país? Que agradecesse ao Governo de Samaras pelos programas de austeridade e pela obediência à troica?

Tudo indica, Sr.as

e Srs. Deputados, que assim não será.

É exatamente a consciência de que o povo grego quer uma mudança e que está disposto a agarrar as

soluções com as suas próprias mãos que faz com que Bruxelas e Berlim tremam e não hesitem em fazer uma

campanha do medo, tentando salvar a sua face.

Acreditamos que não serão vencedores. O medo não se imporá à democracia. Os mercados não

esmagarão a liberdade. Angela Merkel e os seus aliados não se substituirão às cidadãs e aos cidadãos

gregos.

A mudança na Grécia é fator de esperança para a Europa, para os países do sul, e, em especial, para

Portugal. O programa do Syriza é um programa que propõe uma negociação para a reestruturação da dívida.

É um programa que chama o sistema financeiro a assumir as suas responsabilidades e que quer libertar

recursos para a criação de emprego e para combater a fome do seu povo. É a alternativa. É uma alternativa à

austeridade que se apresenta ao povo da Grécia. O povo da Grécia decidirá, Sr.as

e Srs. Deputados, quer a

Alemanha queira, quer a Alemanha não queira.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada Helena Pinto, inscreveram-se quatro Srs. Deputados

para lhe pedir esclarecimentos e a Sr.ª Deputada informará a Mesa de que forma pretende responder, se

individualmente ou se em conjunto.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Vitalino Canas.

O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Helena Pinto, a sua intervenção toca num

tema importante para a Europa e para todos nós.

Queria começar por aproveitar essa intervenção para fazer aqui uma declaração de princípio do Partido

Socialista.

O Partido Socialista não se intromete nas eleições gregas. O Partido Socialista não aceita pressões, não

aceita recados, não aceita qualquer tipo de interferência em relação a essas mesmas eleições.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Vitalino Canas (PS): — O Partido Socialista não envia recados para o povo grego e também não

vota nas eleições na Grécia.

Por isso, qualquer declaração oficial, paraoficial, por vias travessas, que seja no sentido de pressionar o

povo grego não terá o nosso apoio. Nem o Partido Socialista nem nenhum de nós vota nas eleições gregas.

Tal também se aplica ao Bloco de Esquerda. A Sr.ª Deputada também não vai votar nas eleições gregas e,

portanto, não vale a pena estarmos aqui a fazer declarações de apoio a qualquer tipo de programa, a qualquer

tipo de proposta de mudança ou de pretensa mudança em relação à Grécia.

Protestos do Deputado do BE Pedro Filipe Soares.

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