O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 64

32

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Gonçalves

Pereira.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Quero começar por

cumprimentar o Sr. Ministro e os Srs. Secretários de Estado, bem como os peticionários.

Hoje, discute-se um conjunto de decretos-leis, chamados a este Plenário pelo Partido Socialista e pelo

Partido Comunista sob a forma de apreciações parlamentares, relacionados com o processo de reprivatização

da EGF. No entanto, não podemos deixar de referir a falta de oportunidade política tendo em conta o tempo

extemporâneo do agendamento para esta discussão, uma vez que, como é sabido por todos, o processo de

alienação da sub-holding do Grupo Águas de Portugal, a Empresa Geral de Fomento, já foi concretizado.

Apesar disso, esta maioria não se furtou ao debate.

É importante sermos claros nesta discussão. Os munícipes têm como principal preocupação a manutenção

e a melhoria do serviço público e o Governo, neste processo, conseguiu assegurar a continuidade, a

universalidade e a qualidade na prestação destes serviços públicos.

Também é importante não ignorar que se procurou ainda, em matéria de regime económico-financeiro,

salvaguardar a aplicação do regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos, emitido pelo

regulador do setor.

Sr.as

e Srs. Deputados, convém não ignorar algumas das razões que estão por detrás desta decisão

governamental por forma a desmontar a narrativa e a demagogia presentes nestas iniciativas, em particular o

caso do Partido Socialista.

É bom recordar que esta é uma das muitas medidas que decorrem do pedido de ajuda externa negociado e

assinado pelo Governo do Partido Socialista. No Memorando de Entendimento estava prevista a medida de

privatização da Empresa Geral de Fomento, no quadro das medidas a adotar com vista à promoção do

ajustamento macroeconómico. Ou seja, esta medida resultou da negociação do Governo do Partido Socialista

com a troica.

Se já conhecemos as posições do Partido Comunista relativamente ao setor dos resíduos, seja na

estatização dos serviços, como sempre reclamaram, seja o seu eterno preconceito relativamente ao

investimento privado, da parte do Partido Socialista trata-se de um puro ato de desonestidade política.

Mas, a título de exemplo, recordemos apenas alguns casos que constavam do Memorando negociado e

assinado pelo Partido Socialista, em que vincularam Portugal perante as instâncias internacionais,

relativamente aos quais o Partido Socialista deu o dito por não dito.

Recordo apenas três exemplos.

O Partido Socialista inscreveu no Memorando a redução do número de autarquias locais. Está no

Memorando, mas o PS votou contra.

Inscreveram, também, a Lei das Finanças Locais, mas o PS votou contra.

Inscreveram, ainda, aquilo que foi aqui discutido, na Assembleia, mais recentemente, sobre o processo de

descentralização. Está no Memorando, mas o PS votou contra.

Ou seja, o Partido Socialista, num dia, diz e assina uma coisa e, no dia seguinte, vota contra aquilo que

defendeu e assinou na véspera.

É manifestamente notável a capacidade do Partido Socialista para defender uma coisa e o seu contrário.

A única explicação possível que podemos encontrar para justificar esta posição do Partido Socialista

relativamente à EGF é o facto de o Partido Socialista já ter começado a campanha eleitoral.

Mas, em matéria de campanha eleitoral, há uma reflexão que os portugueses devem fazer: que confiança

podem os portugueses ter num partido que assina compromissos internacionais e, passados uns meses,

ignora-os?! Que confiança podem os portugueses ter num partido que já está a prometer a reposição de tudo

e mais alguma coisa, que mais não é do que prometer dívida em cima de dívida, endividamento em cima de

endividamento?! Esta é uma receita esgotada, já bem conhecida de todos os portugueses.

Para o Partido Socialista devia ser claro que as famílias e as empresas não querem voltar nem à

bancarrota nem a um novo vexame.

Mas, Sr.as

e Srs. Deputados, voltemos à questão dos resíduos.

Páginas Relacionadas
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 64 18 A Sr.ª Ana Paula Vitorino (PS): — Sr. Presiden
Pág.Página 18
Página 0019:
21 DE MARÇO DE 2015 19 N.º 101/2014, de 2 de julho, que procede à primeira a
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 64 20 Com as apreciações parlamentares relativas ao
Pág.Página 20
Página 0021:
21 DE MARÇO DE 2015 21 O Sr. Pedro Farmhouse (PS): — Só o preconceito ideoló
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 64 22 O processo de privatização que está em curso n
Pág.Página 22
Página 0023:
21 DE MARÇO DE 2015 23 Mas há diferenças, Srs. Deputados. É que esta privati
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 64 24 resíduos perigosos) os recursos perigosos e nã
Pág.Página 24
Página 0025:
21 DE MARÇO DE 2015 25 Desde logo, a primeira pergunta é esta: Sr. Ministro,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 64 26 Vozes do PCP: — Exatamente!
Pág.Página 26
Página 0027:
21 DE MARÇO DE 2015 27 lo na definição dos objetivos de serviço público ao i
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 64 28 Se me permite, o problema ainda agora começou,
Pág.Página 28
Página 0029:
21 DE MARÇO DE 2015 29 feito em junho. Aquilo que os Srs. Deputados fizeram
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 64 30 Ao Estado compete regular, avaliar e fiscaliza
Pág.Página 30
Página 0031:
21 DE MARÇO DE 2015 31 para o setor privado, até porque a gestão deste resíd
Pág.Página 31
Página 0033:
21 DE MARÇO DE 2015 33 Efetivamente, o contexto económico-financeiro do seto
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 64 34 Portanto, não posso deixar de referir, Sr. Min
Pág.Página 34
Página 0035:
21 DE MARÇO DE 2015 35 nos sistemas multimunicipais de que faziam parte?! Go
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 64 36 rasgá-la, entregar de mão beijada um monopólio
Pág.Página 36
Página 0037:
21 DE MARÇO DE 2015 37 A Sr.ª Presidente: — Para dar explicações, querendo,
Pág.Página 37