O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 60

36

aos problemas do País. É que quem olhe para aquilo que PSD e CDS defenderam, e continuam a defender,

pode ver muita coisa, mas não vê seguramente uma resposta aos desafios do País.

Os Srs. Deputados do PSD e do CDS continuam a achar que temos um problema de custos laborais. Nós

achamos que temos um problema de degradação das condições de trabalho e de desvalorização do salário e

das condições de vida dos trabalhadores. Os Srs. Deputados pensam o oposto.

Os Srs. Deputados pensam que qualificámos a mais: qualificámos a mais os jovens, qualificámos a mais os

adultos e qualificámos a mais os idosos. Nós pensamos o oposto. E todos os estudos e todos os indicadores

internacionais, por muito que os senhores continuem a dizer que não, dão razão ao Partido Socialista e não dão

razão à direita portuguesa.

Os Srs. Deputados continuam a insistir que podemos degradar toda a oferta do País. É que não há maior

degradação da oferta — e convém olhar para os relatórios da Comissão Europeia — do que aquilo que os

senhores fizeram com a emigração. A emigração degrada o potencial crescimento da economia. A queda

histórica do investimento, que os senhores não conseguiram inverter, degrada a capacidade produtiva da

economia. A degradação da coesão social também degrada a capacidade produtiva da economia portuguesa.

E o desinvestimento na inovação e nas qualificações, Srs. Deputados, podem ter a certeza de que degrada as

condições produtivas da economia portuguesa.

É por isso, Srs. Deputados, que, por alguma estranha razão, depois de tanto sucesso reformista, de que PSD

e CDS se gabavam e continuam a gabar, o PIB potencial, no final do período de ajustamento, era menor do que

antes do período de ajustamento. Como é que explicam isto, Srs. Deputados? E isto, depois de tanta reforma,

de tanta baixa de IRC, feita por um Governo reformista como nunca se havia visto, um Governo que finalmente

tinha feito as reformas de que o País precisava?! Esta é a resposta que os senhores não têm para dar. Como é

possível um Governo, que diz ter feito tanto, ter deixado o País, no final do seu projeto, pior do que estava?

Protestos do PSD.

E não somos nós que o dizemos, é a Comissão Europeia, é o FMI, é a OCDE, são todas as instituições

internacionais que o dizem.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que termine, Sr. Deputado.

O Sr. João Galamba (PS): — E isto, Srs. Deputados, não é uma previsão, é a constatação da triste realidade

que os senhores deixaram no nosso País e que nos cabe agora inverter. Com dificuldade, é certo, Srs.

Deputados, mas este primeiro Orçamento e o Programa Nacional de Reformas, que está todo incluído na

estratégia orçamental dos próximos quatro anos, é isso que vão fazer.

Por muito que não gostem, Srs. Deputados, é mesmo isso que vai acontecer ao nosso País.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, gostaria de deixar uma nota para revelar aquilo que, na

minha leitura, sai deste debate: é sempre bom falar verdade, escrever verdade e apresentar as contas com

prudência e com cautela.

Aplausos do PS.

Páginas Relacionadas
Página 0035:
28 DE ABRIL DE 2016 35 economia, do emprego, do investimento que estava a acontecer
Pág.Página 35