O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE MARÇO DE 2017

13

soçobrar parte dele, ou seja, quem decidiu nada fazer na aplicação das verbas negociadas para acudir ao

sistema financeiro e reestruturar a banca pública e privada.

Foi mesmo isso que disse, numa entrevista recente, o insuspeito Presidente da Comissão de Auditoria do

Banco de Portugal, que presidiu à comissão independente que procedeu à avaliação da situação do BES e do

Grupo Espírito Santo. De acordo com o economista João da Costa Pinto, o Governo de Passos Coelho foi muito

fraco para com o BES, podendo ter obrigado este banco a recorrer à linha de financiamento.

Mas, mais, este reputado economista refere ainda que não compreende o que impediu o Governo de usar

os restantes 6000 milhões de euros que estavam destinados a suportar o golpe que a banca portuguesa iria

sofrer com a aplicação do Memorando da troica.

Aplausos do PS.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — É uma vergonha a sua intervenção!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, verificou-se, na atitude do Governo PSD/CDS, um

posicionamento partidário perverso que está na base das complicações do sistema financeiro. O PSD e o CDS

só tinham olhos para o défice, porque estavam convencidos de que a sua redução e, sobretudo, a obtenção das

metas estipuladas — sempre falhadas, sublinhe-se — eram a garantia de uma saída limpa e, por consequência,

da renovação da maioria parlamentar. Afinal, falharam! Por isso, não quiseram saber se o aumento de impostos

maltratava o País ou se as reduções sucessivas das prestações sociais ofendiam violentamente os mais pobres

e, neste contexto quase delirante, muito menos valorizaram a necessidade de reestruturar a banca.

Foi também por estas razões que esconderam e empurraram para a frente as soluções do BANIF e

ignoraram, ostensivamente e com tremenda ligeireza, a recusa de oito planos de reestruturação, todos

devolvidos pela Comissão Europeia. Foi mais um banco que poderia ter tido outro destino, mais uma imensidão

de lesados que ainda procuram soluções e mais custos a suportar pelos contribuintes, mas, mais uma vez, por

razões que misturam oportunismo partidário e negligência factual, acabaram sem qualquer solução. Só o sentido

de responsabilidade do atual Governo do Partido Socialista salvou as regiões autónomas e milhares de

depositantes de sofrerem pela insensatez do PSD e do CDS.

Sr. Presidente, o PS já disse várias vezes e de várias formas que um dos vértices principais do Programa da

troica era a reestruturação do sistema financeiro.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — O Governo PSD/CDS falhou esse propósito e deixou o País num túmulo

financeiro quase interminável que tem exigido do atual Governo um reforço de meios e de atenção para resolver

o que já devia estar resolvido.

As revelações de Assunção Cristas não nos surpreendem, mas servem que nem uma luva para engrossar o

rol de factos que justificam as responsabilidades do PSD e do CDS…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — … e sentenciam, de uma vez, o que há muito já devia estar claro: quando o

PS chegou ao Governo, infelizmente, já estava tudo estragado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado Carlos Pereira, a Mesa registou a inscrição de

três Srs. Deputados para pedirem esclarecimentos. Como deseja responder?

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Em conjunto, Sr. Presidente.

A Sr.ª Paula Teixeira da Cruz (PSD): — Peço a palavra, Sr. Presidente.

Páginas Relacionadas
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 63 14 O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Pa
Pág.Página 14