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I SÉRIE — NÚMERO 65

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Dizer que toda a sociedade civil está a bordo deste grande Acordo, que é muito ambicioso, não é verdade,

porque, se tivéssemos ido ouvir esta mesma sociedade civil e estas organizações, saberíamos que isso não é

verdade.

Por outro lado, os benefícios que são apontados até agora são, na verdade, miragens. Por exemplo: a

avaliação do impacto de sustentabilidade do CETA sobre as PME não indica qualquer efeito positivo a longo

prazo; a rede europeia de apoio às PME também refere que os benefícios económicos globais serão mínimos

para as próprias PME; sobre os produtos DOC, como, já aqui referi, estamos a falar num total europeu de 4%

dos produtos que estão protegidos. Portanto, isto é mínimo! Então, continuar a dizer e a propagandear que este

Acordo é bom para as populações, continuar a dizer que este Acordo protege as regulações que existem, não

é verdade.

Srs. Deputados, leiam o Acordo e perceberão que, em cada capítulo, existe uma alínea de exceção e essas

exceções permitem que tudo seja feito em nome dos investimentos e do lucro.

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — É disto que estamos a falar e era sobre isto que deveríamos estar aqui a debater

e não a continuar a propagandear falsos argumentos sobre o Acordo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:

Penso que é, pelo menos, a terceira vez que, nesta Sessão Legislativa, estamos a discutir este Acordo Comercial

entre a União Europeia e o Canadá aqui, no Plenário.

Isso é positivo, até é muito positivo, porque nesses debates mostra-se sempre que, em Portugal, como na

União Europeia, existem vozes dos populistas, dos protecionistas, vozes que são contra o comércio livre, vozes

que são contra a globalização, vozes que são contra a integração europeia, vozes que são contra a economia

de mercado e que continuam muito vivos e que curiosamente, em Portugal, até merecem a proteção e o carinho

do Partido Socialista Português.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Neste debate, vemos sempre isso quando o Bloco de Esquerda fala

e tenho a certeza de que, quando o Partido Comunista falar a seguir, vamos voltar a ver. Aliás, é curioso

verificarmos que, ainda ontem, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros dizia que neste ano pode ser o ano do

fim da tendência dos populismos na Europa. Convinha que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros olhasse

para as bancadas que estão à minha frente para se lembrar que os populistas estão aqui e que, curiosamente,

é o Governo do Partido Socialista que está a acarinhar esses mesmos populismos.

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do BE.

Parece-me, até por isso, que essa notícia da morte dos populismos está, como outras, manifestamente a ser

exagerada.

O Partido Socialista que, hoje, faz proclamações sobre a União Europeia é exatamente o mesmo Partido

Socialista que, para efeitos internos, tem um acordo com aqueles que representam o pior do isolacionismo e do

protecionismo ao nível europeu.

Para isso basta ver com quem é que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista votaram no Parlamento

Europeu e como é que votaram esta matéria. Votaram contra, com a Sr.ª Le Pen e os extremistas franceses;

votaram contra, com os extremistas holandeses do PVV, que diziam diabolizar;…

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