O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 31

60

Fê-lo em 1992 com a autoria do primeiro grande alicerce dos direitos dos animais e fê-lo também em 2014 com

a criminalização dos maus-tratos a animais de companhia no Código Penal, na qual teve uma participação e um

impulso legislativo.

Sr.as e Srs. Deputados, temos assistido a uma verdadeira revolução jurídica que também tem a marca do

PPD/PSD — vejamos a consagração do estatuto jurídico dos animais como terceiro género no código civil, para

o que apresentámos uma iniciativa própria. É, por isso, indiscutível, Sr.as e Srs. Deputados, a relevância do

nosso papel nesta matéria.

O PSD tem estado sempre na vanguarda da defesa e da proteção dos direitos dos animais e tem contribuído

ativamente para que Portugal esteja na primeira linha da promoção do bem-estar animal. Não somos, por isso,

indiferentes à dinâmica social e às alterações ditadas por novos comportamentos da sociedade. Não somos

também, por isso, indiferentes aos maus-tratos a animais.

No entanto, Sr.as e Srs. Deputados, para nós, há um tempo para tudo. Como em todas as revoluções, após

um período de grandes mudanças, impõe-se um período e um tempo de estabilidade. A revolução é demasiado

recente para podermos, com segurança, concluir quais os pontos de fragilidade.

Sr.as e Srs. Deputados, não há tempo suficiente neste momento sobre a aplicação das normas para

avaliarmos o impacto e a eficácia de novas medidas. Assim, e ao contrário do que muitos dizem, para nós não

é tempo de agir, não é hora de alterar e de mudar a legislação em vigor, mas de sensibilizar e informar os

cidadãos e de fiscalizar.

Agora o tempo é o da estabilidade, da segurança jurídica das normas, da confiança dos agentes, do bom

senso e da sensibilização das pessoas para a causa animal. Para o PSD, é tempo de ponderação, de

consideração e de reflexão, qualquer alteração a partir deste momento assim o exige. A prudência manda

sempre avaliar antes de corrigir e não podemos prescindir da salvaguarda das atividades económicas e do

nosso consumo alimentar.

Sr.as e Srs. Deputados, na vida há um tempo para tudo e um equilíbrio que é essencial e elementar preservar.

Muitas das vezes, objetivos nobres podem ser frustrados por excesso de intervenção ou regulação.

Sr.as e Srs. Deputados, não podemos correr o risco de comprometer a revolução jurídica que alcançámos

recentemente.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para proferir a última intervenção, tem a palavra a Sr.ª

Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes».

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em nome do Grupo

Parlamentar de Os Verdes, quero começar por saudar os subscritores da petição n.º 290/XIII (2.ª), que, no fundo,

acaba por chamar a atenção da Assembleia da República para o facto de a criminalização dos maus-tratos a

animais não ter acabado de vez com esta realidade e com este problema efetivo.

Aquilo que Os Verdes gostariam de dizer, de facto, é que se aquilo que consta da lei não for acompanhado

de fortes programas de sensibilização quer das autoridades quer das pessoas detentoras de animais, há muita

coisa que não vai dar resultado. Um ecologista acredita sempre na educação e na sensibilização dos cidadãos,

mas, quando falham essas campanhas e esses programas de sensibilização de facto há muita coisa que falha.

É com base neste princípio que Os Verdes concordam com o projeto de resolução que o Bloco de Esquerda

aqui apresenta e o votarão favoravelmente, justamente no sentido de recomendar ao Governo que sejam

lançadas campanhas de sensibilização relativamente à matéria do bem-estar animal e para erradicar a questão

dos maus-tratos a animais.

Já relativamente aos projetos de lei e de resolução que o PAN apresenta, há um — o projeto de lei, em

concreto — que nos merece enormíssimas reservas, desde logo porque uma das coisas a fazer para não fazer

grande coisa é aumentar as penas. Ou seja, aumentam-se penas e parece que se fez alguma coisa, quando,

na verdade, nada se alterará substancialmente em relação a essa realidade. Portanto, esta é uma questão na

qual Os Verdes — desculpem a expressão que vou utilizar — não embarcam muito e julgamos que, de facto,

não resolverá problemas.

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 31 4 que salvaguarde a zona húmida sazonal de água d
Pág.Página 4
Página 0005:
5 DE JANEIRO DE 2018 5 Ao contrário do sucedido com a outra parte do
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 31 6 Com esta decisão, consideramos que se abre a po
Pág.Página 6
Página 0007:
5 DE JANEIRO DE 2018 7 O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 31 8 O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. P
Pág.Página 8
Página 0009:
5 DE JANEIRO DE 2018 9 O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — O ve
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 31 10 Aplausos do CDS-PP. O Sr.
Pág.Página 10
Página 0011:
5 DE JANEIRO DE 2018 11 Vozes do PS: — Muito bem! <
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 31 12 O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presi
Pág.Página 12
Página 0013:
5 DE JANEIRO DE 2018 13 … que em 2003 aprovaram legislação nes
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 31 14 O Sr. João Oliveira (PCP): — É falso! <
Pág.Página 14