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22 DE FEVEREIRO DE 2018

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favoravelmente a maioria das medidas que foram propostas pelo PCP. Por isso, vir dizer que estamos calados

relativamente a esta matéria claramente não corresponde à verdade.

Sobre a seca e o problema que está instalado, bem como sobre a questão do regadio e das barragens, a

perspetiva do CDS em relação a esta matéria é a seguinte: «Fizemos barragens, temos água nas barragens,

então que venha aí a agricultura», como se não houvesse amanhã, como se fossemos um País que já não

tivesse problemas de água, apesar de termos esses reservatórios.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. JoãoRamos (PCP): — Termino, Sr. Presidente.

Portanto, com o objetivo de se estimular o desenvolvimento do modelo de agricultura, sobretudo aquele que

se tem instalado nos perímetros de rega, o CDS concorda que se arranque o olival tradicional, que resiste melhor

à seca, para se semear um olival superintensivo, que está a secar em alguns sítios porque agora não há água.

O CDS estimula esse tipo de agricultura.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. JoãoRamos (PCP): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que reconhecemos muitos erros e muita falta

de fazer coisas por parte deste Governo, mas a maior responsabilidade que apontamos é de não se afastar

suficientemente daquelas que foram as opções do CDS.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Soares.

O Sr. PedroSoares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Patrícia Fonseca, ouvi com muita atenção a sua

declaração política — e é sempre muito importante trazer o tema da agricultura e da floresta ao Parlamento —,

mas devo dizer-lhe, com toda a sinceridade, que não me revejo na maior parte da sua declaração, até porque

há um aspeto central que nos separa relativamente à nossa conceção sobre a agricultura.

O CDS tem uma tradição de apoio e de defesa dos interesses da agroindústria, das monoculturas, do

eucalipto, em vez da defesa, mesmo tendo em conta os problemas da seca, da pequena agricultura, da

multifuncionalidade da floresta, de tudo o que signifique diversidade nos territórios rurais.

Na realidade, percebemos que, nos últimos anos — e o Governo que a senhora apoiou também contribuiu

de forma decisiva —, tem existido uma concentração de fundos comunitários destinados à grande agricultura,

às grandes explorações, à agroindústria, às monoculturas. No entanto, deveria ter sido tomada uma medida

essencial para combater esta tendência, como a regionalização dos critérios de atribuição dos fundos à

agricultura, mas essa medida nunca foi assumida, nunca houve coragem política para a assumir.

Sr.ª Deputada, apesar de compreender as questões que colocou, não posso deixar de lhe dizer, com toda a

frontalidade, que para enfrentar os problemas da seca é preciso ter uma visão estratégica, que eu nunca vi da

parte do CDS e da direita em Portugal, de adaptação às alterações climáticas, à agricultura e à floresta; muito

pelo contrário. Ou seja, em vez de financiar e de promover as monoculturas na floresta, nomeadamente o

eucalipto, devia ter promovido os sobreiros, os castanheiros e as outras árvores autóctones, pois essas, sim,

são resilientes aos processos de seca, os quais sabemos que vão ser cada vez mais graves nesta perspetiva

das alterações climáticas.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. PedroSoares (BE): — Vou já concluir, Sr. Presidente.

Basta olhar para a situação a que chegámos precisamente neste tipo de floresta, em que cada vez há mais

problemas fitossanitários e em que cada vez há mais problemas em relação à renovação das espécies que já

referi.

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